O candidato de esquerda na eleição presidencial do México, Andrés Manuel López Obrador, vai pedir protestos de ruas se necessário para contestar uma eleição que, segundo diz, foi repleta de irregularidades, disseram seus assessores na terça-feira.
Segundo os assessores, Obrador ainda não havia pedido demonstrações populares e iria primeiro levar sua objeção formal às autoridades eleitorais do México, mas aí poderia instar seus partidários a apoiar sua causa.
Em entrevista coletiva concedida na noite de segunda-feira, Obrador denunciou o sumiço de três milhões de voto. O Instituto Federal Eleitoral, porém, disse que os votos não sumiram, e sim foram separados do total de votos por erros de preenchimento e por isto têm de ser reexaminados, conforme decisão tomada antes da eleição com a qual concordaram todos os partidos. Eles terão de ser revisados com a supervisão dos próprios partidos.
Obrador também acusou o sistema de processamento eletrônico de votos de ter sido manipulado. O instituto disse que o programa foi revisado por representantes dos partidos e cientistas de universidades.
Na Internet, diversos blogs da oposição continuam a sustentar as denúncias. Os oposicionistas dizem que houve fraude no programa de computador, pois seu cunhado, Diego Hildbrando Zavala, tem uma empresa que é associada da Oracle no México. A Oracle é responsável pelo Programa de Resultados Eleitorais Preliminares, ou Prep, que processa os votos. Militantes de López Obrador dizem que o programa recebeu um algoritmo que aumenta a votação para Calderón e diminui a de López Obrador.
Eles dizem também que atas eleitorais foram rasuradas propositalmente, invalidando cinco votos por ata, num total de 500 mil votos perdidos.