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Crise

Oposicionistas bolivianos pedem mediação do Brasil

Policiais de choque bolivianos bloqueiam uma marcha de ativistas pró-Morales em El Alto, a 12 km de La Paz | AFP
Policiais de choque bolivianos bloqueiam uma marcha de ativistas pró-Morales em El Alto, a 12 km de La Paz (Foto: AFP)

Santa Cruz de La Sierra - Enquanto a oposição boliviana esperava o retorno do presidente Evo Morales da reunião da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para firmar as bases de um acordo que ponha fim à crise política no país (leia abaixo), o governador de Santa Cruz, Rubén Costas, afirmou ontem que espera que o Brasil seja o mediador das negociações.

"O Brasil como Brasil pode ajudar. Espero que se apresente neste processo. Há interesses brasileiros’’, disse Costas. O rico departamento do leste abriga a sede da Petrobras e dezenas de sojeiros brasileiros. Ele citou os laços econômicos com o Brasil.

Oposicionistas, inclusive na gasífera região do Chaco (sul), insistem que o governo Lula é mais confiável como mediador do que o argentino, considerado próximo demais de La Paz. Os dois países, mais a Colômbia, fazem parte do Grupo de Amigos convocado pelo governo no semestre passado.

O governo Morales, porém, dizia até domingo, antes do encontro no Chile, que o envolvimento de um ator estrangeiro na atual etapa do diálogo seria uma demonstração de debilidade e resistia a uma aproximação maior entre oposicionistas e os países vizinhos.

O pré-acordo fechado entre o vice-presidente, Álvaro García Linera, e Mario Cossío, governador de Tarija e representante do Conselho Nacional Democrático (Conalde), que agrupa os dirigentes dos cinco departamentos rebelados, inclui observadores internacionais.

O documento definirá quem participará do diálogo e que metodologia será usada para romper impasses sobre o projeto de nova Constituição, a autonomia regional e a restituição às regiões da parcela do imposto sobre hidrocarbonetos (IDH) que La Paz utiliza para pagar pensão a idosos pobres.

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