Os governadores oposicionistas da Bolívia pediram que a Igreja Católica e a Organização dos Estados Americanos (OEA) atuem como mediadores a fim de impedir que o governo do presidente Evo Morales ponha em andamento um processo para sancionar definitivamente uma nova Constituição à qual se opõem, afirmaram meios de comunicação nesta quarta-feira (27).
A solicitação foi confirmada um dia depois de Morales ter feito um novo convite ao diálogo, acompanhado de ameaças sobre recorrer a decretos presidenciais a fim de acelerar as reformas de cunho socialista que são criticadas pelos governadores da oposição.
Essas reformas, que seriam consolidadas na nova Carta Magna, permanecem bloqueadas desde o início do ano devido aos processos de ampliação da autonomia realizados pelos governadores oposicionistas, em um conflito que, segundo a Igreja e observadores internacionais, colocou em risco a paz e a unidade da Bolívia.
Jornais bolivianos publicaram na quarta-feira trechos das cartas enviadas por cinco dos nove governadores de Departamento do país à OEA e à Conferência Episcopal Boliviana. Nas cartas, os dirigentes requerem a essas entidades que "facilitem o processo de diálogo e de reconciliação".
O pedido parece indicar um recuo da oposição, que duas semanas atrás rechaçou uma proposta governamental de diálogo e que, há dois meses, questionou a atuação tanto da OEA quanto de alguns setores da Igreja Católica, acusando-os de terem se aproximado de Morales.
"Nós, os governadores (oposicionistas), ratificamos nossa firme vontade de iniciar um verdadeiro processo de reconciliação nacional", afirmaram as autoridades regionais em suas cartas, segundo revelaram os jornais.
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