O principal rival do presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, o acusou de usar o Estado para "falsificar" a eleição realizada na quinta-feira e detalhou as alegações de trapaça de oficiais do governo em uma entrevista neste sábado (22). Abdullah Abdullah, ex-ministro de Relações Exteriores de Karzai, disse que estava em contato com outras companhias para explorar a possibilidade de uma candidatura de coalização no caso de nenhum dos 36 candidatos alcançar os votos suficientes para evitar um segundo turno, provavelmente em outubro.
As acusações, que o porta-voz de Karzai nega, são as mais diretas que Abdullah fez contra o governante em um contexto de que provavelmente vai levar semanas antes que um vencedor seja proclamado. Tanto Abdullah quanto Karzai afirmam que estão liderando a contagem dos votos baseados em informes de observadores de suas respectivas campanhas que monitoram a apuração. Por enquanto, oficialmente, a Comissão Eleitoral se limita apenas a cifrar a participação do eleitorado, entre 45% e 50%.
Karzai tenta conquistar a reeleição nesta que é apenas a segunda eleição direta para a presidência do Afeganistão. O pleito é considerado um teste crucial para o regime instalado depois que o Taleban saiu do poder, no final de 2001. O organismo responsável pelas eleições se mostrou crítico às declarações de vitória dos candidatos. "Nem confirmamos nem aceitamos essas reivindicações. Começaremos a informar sobre a apuração a partir de 25 de agosto. Portanto, nenhum candidato pode se atribuir a vitória", disse o porta-voz da Comissão Eleitoral.
Observadores
Os observadores estrangeiros da eleição no Afeganistão disseram hoje que existem sinais de fraude e irregularidades disseminadas no pleito, mas alertaram que é muito cedo para fazer um julgamento sobre a legitimidade dos votos. A Fundação para Eleições Livres e Justas do Afeganistão, que distribuiu quase 7 mil observadores para os pontos de votação, encontrou muitos casos de votação por procuração, urnas obstruídas e funcionários eleitorais não isentos, disse o diretor Jandad Spingar. A fundação ainda está no processo de compilar os dados, disse, e vai levar semanas até chegar a uma conclusão definitiva de quão grande foi a fraude.
Hugo Motta troca apoio por poder e cargos na corrida pela presidência da Câmara
Eduardo Bolsonaro diz que Trump fará STF ficar “menos confortável para perseguições”
MST reclama de lentidão de Lula por mais assentamentos. E, veja só, ministro dá razão
Inflação e queda do poder de compra custaram eleição dos democratas e também racham o PT
Deixe sua opinião