Um dos principais opositores ao governo de Hugo Chávez, o governador do Estado venezuelano de Carabobo, Henrique Fernando Salas Feo, alerta para a possibilidade de as eleições legislativas de setembro não ocorrerem. Salas, presidente do Projeto Venezuela, partido de centro-direita, diz que medidas como a intervenção no Banco Federal fazem parte de uma estratégia de agravamento da situação econômica e social do país para a formação de um cenário que inviabilize a realização das eleições.
"O governo nacional está tomando decisões que agravam a recessão e aumentam o caos social, como intervenções bancárias, a desvalorização cambial, perseguições políticas e expropriações de empresas privadas ", disse Salas.
O adiamento das eleições, afirma, seria uma estratégia para esvaziar a oposição, que, desde a votação de 2008, vem ganhando espaço no país. "Nós ganhamos em seis Estados (Carabobo, Zulia, Táchira, Miranda, Caracas e Nueva Esparta). Juntos, representamos 60% da população", analisou.
Com uma expectativa de inflação anual, segundo o governador, que deve ficar entre 35% e 40%, Salas afirma que o país enfrenta o "pior momento econômico e social". "Agora, a população vê que, por trás dos ideais, escondem-se interesses de enriquecimento pessoal."
No Rio de Janeiro para um evento da União Democrata Internacional (UDI), que reuniu políticos da América Latina, EUA e Austrália, Salas posicionou-se contrário à política brasileira. "Temos um governo que está restringindo liberdades individuais. E o mundo perceberá que o Brasil foi permissivo ao não ser firme na defesa dos direitos humanos e democráticos do povo", disse. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.