Alexei Navalny, o principal opositor político de Vladimir Putin, afirmou nesta sexta-feira (1º) que recebeu novas acusações criminais. O crítico do chefe do Kremlin já cumpre mais de 30 anos de pena por "extremismo", crime o qual ele nega ter cometido.
Por meio de seu canal no Telegram, em comentários emitidos por seus apoiadores e advogados, Navalny disse que tinha sido acusado com base no artigo 214 do código penal russo, que abrange, entre outros crimes, o de vandalismo. “Não tenho ideia do que é o artigo 214 e não há onde procurar. Vocês saberão antes de mim”, declarou.
Segundo o opositor de Putin, os aliados do mandatário "iniciam um novo processo criminal contra ele a cada três meses. Raramente um preso confinado em uma cela solitária por mais de um ano tem uma existência social e política tão vibrante”, disse.
A cela especial é considerada no sistema penitenciário russo a maior punição para um prisioneiro, independentemente de ser ou não uma detenção de segurança máxima.
Condenação por extremismo
O líder da oposição ao governo russo, Alexei Nalvalny, foi condenado por criar uma organização, o Fundo de Luta Contra a Corrupção (FBK), criada em 2011 e proibida pelo Kremlin de atuar há dois anos, por ser considerada "extremista".
O FBK foi criticado e combatido pelo Kremlin porque denunciou o enriquecimento ilícito de funcionários de alto escalão, incluindo o presidente russo, Vladimir Putin, a quem acusou em 2021 de ter um palácio suntuoso às margens do Mar Negro.
O fundo também foi acusado de financiar e instigar atividades extremistas, criar uma organização que atentava contra os direitos dos cidadãos e envolver menores de idade em ações perigosas, em referência a manifestações da oposição não autorizadas pelo governo.
O opositor de Putin rejeita todas as acusações e defende que as condenações têm motivação política e procuram "silenciar suas críticas ao Kremlin".
Segundo a agência Reuters, no mês passado três de seus advogados foram inscritos num registo de “terroristas e extremistas” por um órgão de fiscalização financeira, cinco semanas depois de terem sido detidos por suspeita de pertencerem a um “grupo extremista”.