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Opositor venezuelano Ceballos está em greve de fome desde sexta, diz esposa

A esposa do opositor venezuelano Daniel Ceballos, Patricia Gutiérrez, afirmou neste domingo que seu marido, preso desde 2014, está desde sexta-feira em greve de fome, e afirmou que esse seria o motivo pelo qual o ex-prefeito de San Cristóbal foi transferido de prisão ontem de madrugada.

“Alerta: Daniel informou que iniciou uma greve de fome desde a sexta- feira às 7h (20h30 em Brasília), e por essa razão foi transferido para esta prisão violando seus DIREITOS HUMANOS”, publicou Gutiérrez em sua conta no Twitter.

“Aqui estamos na prisão 26 de Julho da Penitenciária geral da Venezuela, exigimos ver a Daniel, está em um colchão na cela há 40 horas em greve de fome”, acrescentou.

Ela afirmou temer pela saúde e pela vida de seu marido. Gutiérrez exigiu pelo Twitter poder ver seu marido, pedir assistência médica e afirmou que “Daniel está sequestrado”.

O líder do Vontade Popular (VP), partido de Ceballos, Leopoldo López, anunciou em um vídeo divulgado ontem que tanto o ex-prefeito como ele tinham decidido começar uma greve de fome até que se cumpram uma série de pedidos.

As três exigências para deter a greve são a libertação de quem a oposição considera “presos políticos”, o fim da “perseguição, da repressão e da censura” e a fixação de uma data para as eleições parlamentares, que acontecerão, segundo as últimas informações, no último trimestre deste ano.

Além disso López solicitou no vídeo que as legislativas “contem com uma observação eleitoral” da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da União Europeia (UE).

O líder do VP está preso desde fevereiro de 2014 acusado de instigação pública, formação de quadrilha, danos à propriedade e incêndio por causa dos violentos incidentes relacionados com os protestos que o país viveu no primeiro semestre do ano passado.

Ceballos, ex-prefeito de San Cristóbal, foi detido em março de 2014 e condenado a 12 meses de prisão por desacato a uma medida cautelar do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).

Após cumprir essa pena o TSJ informou que ele continuaria preso “pela causa judicial de rebelião e formação de quadrilha” naqueles protestos antigovernamentais.

Desde que foi detido Ceballos estava preso em Ramo Verde, nos arredores de Caracas, onde também está López, até que ontem de manhã sua família e defesa informaram que tinha sido levado para uma penitenciária civil na cidade de San Juan dos Morros, a 150 quilômetros da capital.

Esta decisão gerou descontente em sua defesa, sua família e na coalizão opositora da qual o VP faz parte. A Mesa da Unidade Democrática, através de seu porta-voz, Jesús Torrealba, afirmou que denunciará à OEA esta transferência.

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