Opositores Claudia Macero (à esquerda), Pedro Uchurrurtu (ao centro) e Magalli Meda (à direita), três dos seis asilados na embaixada da Argentina, em Caracas| Foto: EFE/ Henry Chirinos ARCHIVO
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A oposição da Venezuela confirmou à Agência EFE nesta sexta-feira (20) a saída de Fernando Martínez Mottola da residência da Embaixada da Argentina em Caracas, onde ele estava asilado desde março junto a outros cinco ativistas críticos do regime de Nicolás Maduro que se refugiaram após serem acusados pelas autoridades chavistas de conspiração e traição.

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A fonte, cuja identidade pediu para não ser revelada, confirmou que Martínez Mottola deixou a sede diplomática nesta quinta-feira, embora tenha dito que não sabia se o ativista se apresentou voluntariamente ao Ministério Público (MP), como vários veículos de comunicação nacionais informaram, ou se ele está em casa, como disseram outros.

Martínez Mottola, que era assessor da maior coalizão de oposição do país, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), quando se refugiou nas instalações da embaixada, foi ministro dos Transportes e Comunicações durante o segundo governo de Carlos Andrés Pérez, sob o qual também foi presidente da empresa estatal de comunicações, a Cantv.

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Os solicitantes de asilo denunciam que, desde 23 de novembro, estão sob “cerco permanente” da polícia, além de cortes no fornecimento de eletricidade e água, razão pela qual pediram ao Brasil - que custodia as instalações desde a expulsão do corpo diplomático argentino - que “redobre seus esforços” para que o regime de Maduro lhes dê salvo-condutos a fim de que possam deixar o país sem riscos.

Pedro Urruchurtu, um dos solicitantes de asilo, pediu no último sábado ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que dê “um senso de urgência muito maior” ao caso e “entenda que essa situação pode claramente piorar”.

Na residência, além de Urruchurtu, estão Magalli Meda, Omar González, Claudia Macero, Humberto Villalobos - todos colaboradores do partido Vem Venezuela, liderado por María Corina Machado - para os quais 13 países, incluindo EUA e Argentina, solicitaram salvo-condutos para que eles saiam da Venezuela em segurança.

O rompimento das relações entre Argentina e Venezuela ocorreu em 29 de julho, um dia após as eleições presidenciais no país caribenho, onde o resultado oficial deu uma vitória questionável a Maduro, que várias organizações e governos - incluindo o de Javier Milei - rejeitaram, considerando que era “fraudulento” e que o vencedor era o candidato da oposição Edmundo González Urrutia.

Desde então, as tensões estão em alta, com insultos e acusações entre Maduro e Milei.

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Em 8 de dezembro, o embate aumentou ainda mais após a prisão de um gendarme argentino na Venezuela, acusado de organizar “planos terroristas” no país.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]