A opositora do regime de Daniel Ortega, Olesia Auxiliadora Muñoz Pavón, de 51 anos, foi presa pela polícia da Nicarágua nesta quinta-feira, informou a irmã nas redes sociais. Ela ficou conhecida por cantar músicas religiosas quando estava na prisão.
Receba as principais notícias do Brasil e do mundo no seu celular
Olesia, que pertence ao coral de uma paróquia no município de Niquinohomo, no sul da Nicarágua, foi detida pela Polícia Nacional, disse a irmã, Alisson Ariana Muñoz.
Segundo a Aliança de Jovens e Estudantes da Nicarágua, Muñoz Pavón foi detida na tarde de quinta-feira, um dia depois de ter sido "assediada" em sua casa por agentes da polícia.
"Olesia Muñoz, liberta da prisão em 2019, é mais uma vez capturada pela ditadura. Estão tentando abafar qualquer tipo de manifestação de fé nestes dias santos", denunciou Juan Sebastián Chamorro, que foi liberado da prisão, opositor de Daniel Ortega e que foi impedido de concorrer à eleições presidenciais ao ser preso pelo regime do ditador em 2021.
Em agosto de 2018, no contexto de protestos contra o regime de Daniel Ortega, a polícia acusou a mulher de ser a líder de um grupo "terrorista" que cometeu "atos criminosos contra a população" e instituições públicas e privadas no departamento de Masaya.
O Ministério Público a acusou por crimes de terrorismo, sequestro, extorsão, roubo com intimidação, crime organizado e impedimento dos serviços públicos. Olesia esteve na prisão até junho de 2019, quando foi liberta por uma anistia.
"Criminosa Perigosa"
A polícia alegou à época que a mulher, de 51 anos, era uma criminosa perigosa que durante 82 dias manteve famílias reféns no departamento de Masaya, montando barricadas nas ruas. Segundo a polícia, ela teria pago em dinheiro, através de um homem chamado Henry Usaga, por armas de fogo industriais e artesanais.
O regime do ditador também a responsabilizou por incendiar o centro de campanha da Frente Sandinista de Libertação Nacional no município de Niquinohomo, o que ocorreu em 4 de junho de 2018. Segundo a polícia nicaraguense, ela também foi responsável pelo crime de roubo com intimidação na zona franca industrial de Hansae, de onde levou quatro revólveres e um fuzil; assim como o roubo de um carro, dois caminhões de coleta de lixo da prefeitura de Niquinohomo e dinheiro em espécie.
A mulher presta serviços pastorais no coral da paróquia de Santa Ana, em Niquinohomo, e trabalha em uma loja de um mercado em Manágua, de acordo com movimentos sociais da Nicarágua.
O que Bolsonaro e a direita podem aprender com a vitória de Trump nos EUA
Perda de contato com a classe trabalhadora arruína democratas e acende alerta para petistas
O aumento dos juros e a chiadeira da esquerda; ouça o podcast
BC dá “puxão de orelha” no governo Lula e cobra compromisso com ajuste fiscal
Deixe sua opinião