A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, que foi impedida de disputar as eleições de julho contra o ditador Nicolás Maduro, afirmou que não há forma legal do regime se manter no país.
"Estamos diante de um sistema criminoso que está arriscando tudo. Se os votos forem contabilizados aqui como estão, vamos varrer, não há como [os chavistas] conseguirem uma vitória”, disse em entrevista ao portal El Mundo, no domingo (19).
Machado, que segue ativa na campanha da oposição em diversas cidades do país, denunciou que as eleições presidenciais da Venezuela “não são livres” e o processo está “cheio de armadilhas”, visto que os venezuelanos não poderão votar na pessoa que desejam [fazendo referência a ela mesma], que foi eleita nas primárias da oposição.
Além disso, citou as 10 milhões de pessoas com direito de voto que estão impedidas de participar do pleito no exterior, uma vez que não foi autorizado o registro para votar ou que encontram obstáculos administrativos que dificultam a atualização dos documentos.
Machado recebeu um apoio majoritário nas primárias da oposição, em outubro, no entanto foi inabilitada pelo Judiciário, controlado por Maduro, de concorrer. Com isso, designou Corina Yoris como sua candidata, mas o regime chavista mais uma vez atuou para impedir sua inscrição nas urnas.
Apenas no mês passado, depois de intensas negociações, conseguiu-se o apoio dos membros da Plataforma Unitária (PUD) em favor do diplomata Edmundo González Urrutia para ser oficialmente o candidato contra Maduro.