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Milhares de simpatizantes e adversários do presidente Hugo Chávez saíram às ruas neste domingo (23) para participar de manifestações em comemoração ao aniversário da instauração da democracia na Venezuela, em 1958, com a derrocada do ditador general Marcos Pérez Jiménez.

Na passeata dos opositores de Chávez, os manifestantes carregavam bandeiras nacionais e cartazes chamando-o de "déspota". Boa parte deles disse estar preocupada com o que acham ser um acúmulo de poder nas mãos do presidente. "Em um país onde constantemente se ataca a dissidência, não há democracia de verdade", disse Virginia Zamora, uma das organizadoras da manifestação.

Do lado dos simpatizantes do governo de Chávez, os participantes da passeata negaram que o presidente estivesse se tornando mais autoritário em sua tentativa de conduzir a Venezuela ao socialismo. Alejandra González, mãe solteira, disse apoiar Chávez porque ele criou mercados estatais que vendem alimentos baratos e enviou médicos cubanos para atender aos habitantes das regiões pobres. "Chávez demonstrou que é um democrata", disse González. Ela lembrou que o governo atual venceu os candidatos da oposição nas urnas durante mais de uma década.

Desde que Chávez chegou ao poder, em 1999, o dia 23 de janeiro se transformou em uma data que mostra a polarização da política venezuelana. Muitos dos opositores do presidente o comparam ao ditador Pérez Jiménez, alegando que Chávez tenta silenciar a imprensa, perseguir judicialmente seus rivais e violar direitos civis básicos, como o de protestar. As informações são da Associated Press.

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