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A Mesa de Unidade Democrática, uma das principais forças da Venezuela, disse hoje que falta um mediador de boa fé para dar fim aos protestos contra o presidente Nicolás Maduro, que deixaram 34 mortos desde fevereiro.

Em entrevista ao canal Televen, o secretário do partido, Ramón Guillermo Avelledo, defendeu a presença de uma terceira figura, diante do acirramento de posições do lado do governo e da oposição. Para tanto, porém, é necessário "um clima adequado", o que, para ele, não é proporcionado pelo governo.

Dentre os pontos que critica, está a prisão do líder do Vontade Popular, Leopoldo López, e de dois prefeitos ligados à agremiação, vista por Avelledo como perseguição política e violação por parte do governo.

"Aqui estamos avançando para uma corrente de violações de vocação ditatorial. Temos que dar um basta a isso, porque a garantia dos direitos humanos é essencial para todos e porque não pode haver progresso no mundo da arbitrariedade."

Ele ainda pediu que a missão da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) que vai ao país na semana que vem considere a visão da comunidade internacional sobre a crise na Venezuela a qual, em sua maioria, é crítica a Maduro.

Mais cedo, a procuradora-geral venezuelana, Luisa Ortega Díaz, anunciou que houve excessos das forças de segurança durante a repressão a protestos, mas negou a ocorrência de violações de direitos humanos.

Desde o início dos protestos, os aliados do governo haviam negado que tenha havido repressão aos protestos e atribuiu as mortes ocorridas a grupos violentos. Ortega afirmou que o Ministério Público abriu 60 inquéritos sobre acusações de direitos humanos.

Jornalistas

Hoje, jornalistas fazem uma manifestação em Caracas contra a repressão do governo ao trabalho da imprensa. O Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa exigiu o fim das agressões contra jornalistas e fotógrafos, em nota à Guarda Nacional.

Na última noite, a repórter Mildred Manrique foi presa após um mandado de busca e apreensão a sua casa, em um prédio de Altamira, perto da capital venezuelana. Ela ficou detida por três horas e saiu após prestar depoimento.

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