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Três dos seis opositores venezuelanos que estão refugiados na Embaixada da Argentina em Caracas - Pedro Urruchurtu, Magalli Meda e Omar González - fizeram neste sábado (14) um apelo urgente aos governos de Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Javier Milei, da Argentina, para que intensifiquem esforços na busca por uma solução para a crise na Venezuela, intensificada pelo regime de Nicolás Maduro.
Em coletiva de imprensa virtual, os opositores, asilados na embaixada por serem alvos de perseguição do chavismo, denunciaram o aumento recente do assédio por parte da ditadura de Caracas contra a instalação diplomática, que está sob proteção do Brasil desde quando Maduro expulsou a equipe argentina do país.
Nesta semana, a Organização dos Estados Americanos (OEA) chegou a indicar que o ditador chavista teria colocado um atirador de elite em frente ao local. Denúncias sobre o corte de água e energia elétrica também foram relatadas.
"Vemos agentes de segurança com balaclavas, trajes camuflados e fuzis AK-45 com miras telescópicas escondidos na vegetação. Isso acende os alarmes, transformaram o bairro em tocas de espionagem e franco-atiradores", denunciou Omar González, que é um ex-deputado venezuelano. Segundo ele, "o chavismo está buscando uma tragédia porque não aceita os resultados das eleições de 28 de julho".
Na entrevista, os opositores pediram que ambos os governos continuem trabalhando para pressionar o regime de Maduro a conceder salvo-condutos para que eles possam deixar o país em segurança.
"Estamos em uma situação de alto risco. O regime decidiu usar esta embaixada como um mecanismo de coação e pressão para se manter no poder", afirmou Meda. Ela destacou que o povo venezuelano "já decidiu mudar" ao escolher Edmundo González Urrutia, candidato da oposição, na eleição presidencial de julho, fraudada por Maduro.
Para o opositor Urruchurtu, o que o regime chavista está fazendo contra a embaixada é uma “violação da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas". Ele agradeceu aos governos tanto do Brasil quanto da Argentina por esforços que já foram realizados, no entanto, destacou que "é necessário maior coordenação e articulação antes que seja tarde demais".
Urruchurtu disse ainda que o Brasil e Lula precisam tratar o assédio do regime venezuelano à embaixada em Caracas com mais “senso de urgência”, porque essa “é uma situação que, em qualquer outro país do mundo e em qualquer outra dinâmica, é inaceitável”.