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A China anunciou nesta quinta-feira que seu orçamento militar de 2010 terá aumento de 7,5%, o menor índice das últimas duas décadas, período no qual os recursos destinados à modernização do Exército de Libertação Popular experimentaram expansão anual de dois dígitos. No ano passado, o investimento em defesa cresceu 14,9% e, em 2008, 17,9%. O orçamento militar para este ano é de US$ 77,9 bilhões e será ratificado durante a reunião anual do Congresso Nacional do Povo, a ser iniciada nesta sexta-feira (5) em Pequim.

A cifra representa 6,3% dos gastos totais previstos para 2010, disse nesta quarta-feira (4) em entrevista coletiva Li Zhaoxing, porta-voz do Congresso Nacional do Povo. Segundo ele, o orçamento militar da China equivale a 1,4% do PIB do país, enquanto nos EUA o porcentual é de 4% e na França, Inglaterra e Rússia, de 2%.

O governo americano sustenta que os gastos reais da China com o Exército de Libertação População são superiores aos reconhecidos oficialmente e critica Pequim pela suposta falta de transparência de seu orçamento de defesa.

"A China sempre tomou o caminho do desenvolvimento pacífico, em linha com a política de defesa que enfatiza a defesa nacional. A China tem uma enorme população, extenso território e longa costa Mas parece que o investimento chinês em defesa é relativamente baixo", afirmou Li.

O anúncio do menor índice de expansão dos gastos militares ocorre no momento em que se acentua a inquietação com a ascensão da China em alguns países, em especial nos Estados Unidos.

O país asiático está prestes a tornar-se a segunda maior economia do mundo, acima do Japão, e manifesta discordância com os americanos em questões cruciais, como a imposição de sanções ao Irã e a mudança climática.

O Exército de Libertação Popular é o maior do mundo, com 2,3 milhões de integrantes, e sua modernização é um dos principais objetivos do governo de Pequim. O longo desfile de mísseis, armamentos e novos equipamentos militares foi o centro da celebração dos 60 anos da Revolução Comunista, em 1º de outubro de 2009.

À diferença da maioria dos países, o Exército na China não é uma instituição do Estado, mas sim do Partido Comunista.

Li usou a entrevista coletiva para criticar a venda de US$ 6,4 bilhões em armas dos EUA para Taiwan, anunciada em janeiro. Sem citar nomes, ele também censurou os encontros de governantes de outros países com o dalai-lama, o líder espiritual tibetano que Pequim considera separatista. O presidente dos EUA, Barack Obama, se reuniu com o religioso em Washington no mês passado.

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