O Haiti entregou a autoridades norte-americanas seis órfãos que a polícia havia detido no final de semana quando elas estavam para embarcar num avião para os Estados Unidos, disse Jeanne Bernard Pierre, da chefe da agência de serviços sociais do Haiti, nesta terça-feira. Ela não disse exatamente quando seu escritório entregou as crianças para a Embaixada dos Estados Unidos e funcionários da representação diplomática não confirmaram a informação.

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Uma porta-voz da senadora Amy Klobuchar, que interveio em nome das quatro mulheres que escoltavam os órfãos para fora do Haiti, disse que as crianças receberam permissão para deixar o país de todas as agências do governo. Segundo Erikka Knuti, o grupo deve deixar o país nesta terça-feira.

As crianças, com idades entre 1 e 5 anos, foram retidas pela polícia no sábado depois que um grupo irritado interpelou o grupo de mulheres no aeroporto de Porto Príncipe.

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A retenção das crianças, apesar de terem toda a papelada legal, aconteceu porque muitos haitianos temem que estrangeiros queiram se aproveitar do caos após o terremoto para retirar crianças ilegalmente no país.

A percepção foi alimentada pelo caso envolvendo dez missionários batistas norte-americanos, detidos ao tentarem deixar o país com 33 crianças pelas fronteira com a República Dominicana, sem a documentação necessária.

As seis crianças retidas no sábado vieram do orfanato da entidade Children of The Promise, localizado na cidade de Cap-Haitien, norte do país, e iam para Miami, onde pais adotivos as estavam esperando.

Quando elas saíram dos táxis no terminal do aeroporto acompanhadas pelas quatro mulheres, um grupo de 20 homens haitianos as interpelaram, bloqueando seu caminho, e chamando a polícia, disse a mãe adotiva Sarah Thacker, de Fergus Falls, Minnesota.

"Foi o momento mais assustador da minha vida", disse Thacker à Associated Press. "Eles automaticamente começaram a gritar 'vocês não podem levar nossas crianças!'".

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Um funcionário da Embaixada norte-americana com os documentos assinados pelo primeiro-ministro do Haiti - papéis exigidos para a saída de crianças do país e que permitiria que elas passassem pela imigração em Miami - chegou mais tarde, depois que o grupo já tinha sido levado pela polícia, disse Stephanie Anderson de Homer, Alasca, uma das quatro mulheres. As mulheres foram detidas, mas libertadas horas mais tarde após a intervenção de diplomatas norte-americanos.

As seis crianças, a maioria abaixo dos 2 anos, foram levadas para um orfanato do governo - uma barraca num campo de refugiados - e dormiram no chão de uma tenda, disse Anderson.