Organizações internacionais de direitos humanos advertiram, nesta sexta-feira (21), que a democracia da Guatemala está sendo "destruída" e que o caminho para as eleições gerais de 25 de junho do país está marcado por irregularidades.
"Na Guatemala existe um projeto autoritário encaminhado para destruir a democracia do país", disse Juan Pappier, vice-diretor da Human Rights Watch (HRW), durante uma entrevista coletiva na capital do país.
Pappier visitou esta semana a Guatemala com Carolina Jiménez, diretora do Escritório de Washington para a América Latina (WOLA, na sigla em inglês), para observar a "preocupante" situação de direitos humanos, liberdade de expressão e contexto eleitoral.
Os representantes de ambas organizações classificaram como "preocupante" que durante o processo eleitoral na Guatemala, que começou em 25 de janeiro, foram utilizados critérios diferenciados para negar a participação nas eleições a determinados candidatos.
"É crucial ter uma observação eleitoral internacional que não se limite ao dia da eleição" e que faça uma "análise se a exclusão de candidatos tem sido justa", disse Pappier.
Na corrida para as eleições guatemaltecas, o Supremo Tribunal Eleitoral decidiu negar a candidatura presidencial da líder indígena Thelma Cabrera, argumentando que seu companheiro Jordán Rodas Andrade não pode participar do pleito por estar atualmente enfrentando acusações criminais.
Além disso, a autoridade eleitoral excluiu do processo eleitoral o deputado Aldo Dávila, crítico do governo de Alejandro Giammattei, por diversas denúncias de funcionários públicos contra ele.
"A exclusão de candidatos na Guatemala deveria ser inadmissível para a comunidade internacional", concluiu Pappier. Nas eleições gerais de 25 de junho, os guatemaltecos devem eleger presidente, vice-presidente, 160 membros do Congresso, 20 membros do Parlamento e 340 corporações municipais - semelhante a uma prefeitura - para o período 2024-2028.