A ONU e o Parlamento Europeu pediram nesta quinta-feira (14) que Mianmar liberte dois jornalistas presos nesta semana no país enquanto cobriam a crise dos rohingyas, etnia muçulmana perseguida no país asiático.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que as "dramáticas violações de direitos humanos" provocadas pela operação militar no Estado do Rakhine e que forçou a fuga de mais de 620 mil rohingyas está relacionada à detenção dos repórteres da agência Reuters, Wa Lone and Kyaw Soe Oo.
"É claramente uma preocupação em relação à erosão à liberdade de imprensa no país", afirmou em entrevista coletiva em Tóquio. "E provavelmente a razão pela qual esses jornalistas foram presos é porque eles vêm relatando o que viram em relação a essa imensa tragédia humana."
"Espero que as autoridades em Mianmar os libertem o quanto antes", afirmou o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, em Bruxelas. "Precisamos jogar luz sobre este caso, e os direitos humanos e a liberdade de imprensa devem ser respeitados."
Em nota, o Ministério da Informação de Mianmar disse que os dois jornalistas, bem como dois policiais, enfrentam acusações sob a Lei de Segredos Oficiais, de 1923, quando Mianmar era colônia britânica. A lei prevê pena máxima de 14 anos de prisão.
Os repórteres, segundo a nota, "adquiriram informação ilegalmente com a intenção de compartilhá-la com a mídia estrangeira".
Relatório da organização Médicos Sem Fronteiras apontou que as autoridades de Mianmar mataram pelo menos 6.700 pessoas em sua ação militar contra os rohingyas iniciada em agosto.
As Nações Unidas e os EUA acusam as autoridades de Mianmar de limpeza étnica.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”