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Dançarina de rua faz apresentação de Dança do Ventre no Centro de Lisboa, capital de Portugal | REUTERS/Rafael Marchante
Dançarina de rua faz apresentação de Dança do Ventre no Centro de Lisboa, capital de Portugal| Foto: REUTERS/Rafael Marchante

O órgão máximo religioso do Egito exigiu que o novo programa de dança do ventre da televisão local seja suspenso por "corromper a moral" e servir a "extremistas", que poderiam usá-lo como pretexto para retratar a sociedade egípcia como anti-islâmica.

A declaração, feita nesta quarta-feira (3) pelo Dar al-Ifta, orgão superior que aconselha muçulmanos em questões religiosas e do cotidiano, afirmou que o programa "The Dancer" é uma corrupção aos costumes e "serve a extremistas que tomam tais assuntos como justificativa para promover a ideia de que a sociedade está lutando contra a religião".

A atração foi ao ar apenas uma vez no canal privado al-Qahira Wal Nas, da rede de televisão por satélite "Cairo and People". Dina, uma dançarina do ventre famosa no país, era uma das três juradas que deveriam escolher os bailarinos mais talentosos, muitos dos quais não eram egípcios.

A dança do ventre é popular há décadas entre os egípcios. No entanto, nos últimos anos, muitos no país de maioria muçulmana têm desaprovado as performances, com vários clérigos considerando a dança de "não islâmica", além de alguns conservadores egípcios a classificarem como imoral.

Repercussão

A dançarina Dina, jurada do programa "The Dancer", fez crítica mordaz antes do espetáculo uma surpresa para os criadores da série. "Aqueles que se opõem à dança vão atacar o programa, independentemente do seu conteúdo", disse Dina antes da transmissão do espetáculo. "Este programa foi um grande sonho para mim. Ele vai mostrar ao público que a dança não é fácil e que exige treinamento duro", completou.

O roteirista do programa e membro do júri, Tamer Habeeb, também expressou descontentamento em relação às críticas ao programa. "Somos uma sociedade contraditória. Nós atacamos a dança e os bailarinos, mas, ao mesmo tempo, dançamos em festas de casamento, nas ruas e até mesmo durante as eleições. Você tem o controle remoto e pode simplesmente mudar para outro canal."

Sem se referir aos detratores, al-Qaera Wal Nas TV, de propriedade do magnata da publicidade Tareq Nour, disse que irá suspender temporariamente o show como um tributo aos 11 policiais egípcios que foram mortos na terça-feira (2) em um ataque de supostos militantes islâmicos no Sinai.

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