O Instituto Nacional Eleitoral (INE) está na reta final das eleições mais complicadas de sua história, por conta da convocação de boicote no estado de Guerrero feita por organizações civis, estudantis e professores.

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Na opinião do responsável pela junta local executiva do Instituto Nacional Eleitoral (INE) em Guerrero, David Alejandro Delgado, esta eleição terá “uma estratégia mais integral de segurança, em conformidade com a situação que o estado vive”.

“Haverá uma maior intervenção do exército, mais cuidadosa e, de acordo a suas próprias estratégias”, disse Delgado, que não quis detalhar como será a operação especial.

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Segundo o máximo representante do órgão eleitoral do estado, as votações do próximo dia 7 serão as “mais complexas que o Instituto viveu na história, já que nunca antes a autoridade eleitoral tinha sido alvo dos movimentos sociais”.

Sindicatos de professores e familiares dos 43 estudantes desaparecidos em 26 de setembro no município de Iguala estão há semanas pedindo a não realização de eleições em Guerrero, com o argumento de que não existem as condições de segurança necessárias.

Nesta sexta-feira (29), policiais expulsaram os pais dos 43 alunos desaparecidos da Escola Normal Rural Raúl Isidro Buergos, em Ayotzinapa, que retiravam propagandas eleitorais em Chilpancingo, a capital de Guerrero. O grupo deixou o local depois de advertir que continuará a campanha contra o pleito.

Para Felipe de la Cruz, porta-voz dos responsáveis dos alunos, o Estado está contra o movimento, pois não consegue explicar os oito meses de desaparecimento.

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“Hoje, somamos aos 43 jovens os (desaparecidos das últimas semanas) de Chilapa, e cada vez a situação aqui em Guerrero se torna mais crítica”, disse.

Apesar dos atos de repressão, ele afirmou que continuam declarando que movimento é pacífico.

De acordo com a investigação oficial, os 43 jovens desapareceram por determinação do ex-prefeito de Iguala. Ao serem pegos, policiais os entregaram a traficantes, que aparentemente os assassinaram e incineraram os corpos. Desde então, pais e colegas dos jovens se juntaram aos professores para realizar ações de protesto, algumas delas atentado diretamente contra instalações do INE.

O INE rejeitou a proposta dos pais de cancelar o pleito no estado, que segundo Delgado é necessário porque “a não realização aumentará o problema”.

“Na grande maioria dos países, quando há uma crise grave a solução passa pelas eleições e aqui estamos em um contrassenso”, acrescentou.

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Um dos argumentos dos manifestantes para convocar o boicote é que não existem listas claras de candidatos sem vínculos com o crime organizado, mas na opinião de Delgado a “melhor maneira de limpar a política é fazendo eleições”.

Apesar de o município de Tixtla, onde está a Escola de Ayotzinapa, poder ser um dos focos de complicação durante a eleição, o responsável pelo órgão preferiu não enumerar os lugares mais perigosos.

“O que aconteceu até agora são incidentes em lugares e momentos determinados, que depois mudam a outro lugar e momento. Neste momento, não sabemos onde irá ocorrer algo”, apontou.

De acordo com Delgado, o órgão está preparado para atender qualquer tipo de contingência que se apresente em qualquer região do estado. Ele insistiu que a possibilidade de conflito “não é um assunto que esteja generalizado em todo o território”.

“São situações muito concretas em um lugar determinado. Não temos medo, mas certamente vamos ter precauções”, confessou.

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