O chavista Elvis Amoroso, presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela| Foto: EFE/Ronald Peña R.
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O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, dominado pelo chavismo, condenou nesta quarta-feira (14) um relatório de especialistas da ONU com críticas ao processo eleitoral presidencial de 28 de julho. O órgão também alegou que não divulgou ainda as atas de votação porque sofreu ataques cibernéticos.

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Na terça (13), a Secretaria Geral da ONU havia divulgado um documento no qual especialistas destacaram que o desenrolar do pleito não seguiu as normas de “transparência e integridade” e que a ausência de resultados detalhados por mesa eleitoral é algo “sem precedentes na história das eleições” contemporâneas do país.

“Além das violações da ética profissional, por parte da equipe de supostos especialistas técnicos, o conteúdo do referido ‘relatório’ é um documento panfletário e sua ‘expertise’ fica absolutamente destruída diante dos argumentos pobres e facilmente refutáveis ​​que utilizam para tentar deslegitimar o processo eleitoral impecável e transparente realizado em 28 de julho, como puderam constatar quase mil observadores de todos os cantos do planeta”, afirmou o CNE em comunicado, segundo informações do site Efecto Cocuyo.

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O órgão eleitoral, presidido pelo chavista Elvis Amoroso, argumentou que sofreu ataques cibernéticos no dia da eleição e que estas agressões continuam, razão pela qual não teria divulgado as atas de votação.

“Não só foram fornecidas informações precisas sobre os referidos ataques desde aquela mesma noite, mas também empresas e especialistas nacionais e internacionais verificaram o ocorrido e, além disso, os próprios terroristas reivindicaram a responsabilidade pelos referidos crimes em diferentes redes sociais, estendendo-os posteriormente a outras áreas do Estado venezuelano”, disse o CNE.

“Apesar do atraso no processo de transmissão dos resultados, foram aplicados os protocolos de contingência, tendo o CNE conseguido transmitir 80% das atas, com um resultado irreversível a favor do candidato Nicolás Maduro”, apontou o comunicado.

A oposição disponibilizou num site cópias de mais de 80% das atas, que atestam que seu candidato, Edmundo González, venceu a eleição.

O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela vai revisar o resultado, mas não se espera uma decisão imparcial, porque a corte também é controlada pela ditadura de Maduro.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]