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O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, autorizou a entrada de tropas, navios e aviões das Forças Armadas da Rússia no país a partir de 1º de julho deste ano. Ele também permitiu a entrada de militares dos Estados Unidos, Cuba e Venezuela. A notícia foi veiculada nesta quinta-feira (1º) pelo jornal oficial da Nicarágua, La Gaceta.
O líder sandinista, aliado do presidente russo, Vladimir Putin, emitiu um decreto “presidencial” autorizando a entrada, no segundo semestre de 2023, de um número indeterminado de militares estrangeiros na Nicarágua para "fins de intercâmbio e assistência humanitária para benefício mútuo, em caso de situações de emergência".
"Está autorizado o trânsito ou o estacionamento no território nacional de militares, navios e aeronaves das forças armadas da Federação Russa, do México, da Venezuela, dos Estados Unidos, de Cuba e das Forças Armadas e Exércitos da Conferência das Forças Armadas da América Central (Guatemala, El Salvador, Honduras e República Dominicana)", diz o decreto.
Ortega autorizou a entrada de tropas russas na Nicarágua durante o segundo semestre deste ano para, segundo o decreto, participarem em operações "de exercícios de treino e intercâmbio em operações de ajuda humanitária, missões de busca, salvamento e resgate em situações de emergência ou desastres naturais com a Unidade Humanitária e de Resgate do Exército nicaraguense".
O decreto segue afirmando que a entrada na Nicarágua de tropas russas será para "realizar um intercâmbio de experiências e a formação de operações contra atividades ilícitas nos espaços marítimos do Mar do Caribe nas águas jurisdicionais do Oceano Pacífico da Nicarágua em conjunto com a Força Naval da Nicarágua".
Ao todo, Ortega autorizou a entrada na Nicarágua de um número indeterminado de militares, navios e aviões russos, que deve acontecer de 1º de julho a 31 de dezembro deste ano. Os russos participarão também de uma " formação em tarefas de segurança".
Cuba, EUA, México e Venezuela
No mesmo decreto, o ditador Ortega autorizou durante seis meses, a partir de julho também, a entrada em território nacional de pessoal, navios e aviões do México, para participarem de “exercícios com fins humanitários, formação, instrução e intercâmbio de experiências com membros do Exército nicaraguense”.
O regime ainda deu um aval para a entrada de mais 50 militares venezuelanos para “participarem em intercâmbios e formação em tarefas de segurança e planejamento de exercícios de ajuda humanitária e assistencial”.
No caso dos EUA, Ortega autorizou "a entrada no território nacional, previamente planejada e coordenada com o Exército da Nicarágua, de pessoal das Forças Armadas, navios e aviões dos Estados Unidos, bem como do Exército da Nicarágua, para participarem no intercâmbio e formação de militares nicaraguenses em tarefas de segurança, planejamento de exercícios de ajuda humanitária e prestação de assistência”.