O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega| Foto: EFE/Jorge Torres
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O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, fez duras críticas contra os líderes de Israel e Ucrânia em um discurso transmitido pela mídia estatal nesta segunda-feira (14). O líder do regime sandinista, que persegue e tortura opositores, acusou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de serem "filhos do demônio e de Hitler", comparando-os ao ditador nazista que exterminou cerca de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

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Ortega deu tal declaração durante a cerimônia em comemoração ao 45º aniversário da polícia nicaraguense.

"À frente do governo de Israel está um primeiro-ministro que é filho do demônio. Por quê? Porque ele segue uma política de terror e é [Adolf] Hitler", disse Ortega, segundo informações do jornal independente La Prensa. Ele acrescentou que Zelensky, que é descendente de judeus, assim como Netanyahu, também judeu, seria um "nazista, outro filho de Hitler".

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"O primeiro-ministro de Israel é Hitler [...], assim como o presidente da Ucrânia [Volodymyr Zelensky], que é outro nazista, filho de Hitler", disse Ortega.

As falas do ditador sandinista foram feitas poucos dias após a Nicarágua romper oficialmente as relações diplomáticas com Israel, segundo o regime de Manágua, em “protesto” contra a operação israelense na Faixa de Gaza, onde o país está combatendo o grupo terrorista Hamas. O regime sandinista também já classificou o governo de Israel como “fascista” e “genocida” pela operação em Gaza.

Nos últimos anos, Ortega voltou a se alinhar mais estreitamente com seus aliados Rússia – que está realizando a invasão à Ucrânia -, e China, países com quem tem fechado novos acordos comerciais e realizado troca de informações.

As declarações de Ortega sobre Zelensky refletem diretamente a narrativa propagada pelo Kremlin, que acusa o governo ucraniano de ser “nazista", uma justificativa usada por Moscou para sua invasão à Ucrânia. Zelensky, de origem judaica, teve familiares assassinados no Holocausto, perpetrado pelo regime nazista.

Ortega, que se perpetuou no poder na Nicarágua, tem sido amplamente acusado de reprimir opositores por meio do controle de todas as instituições estatais. Segundo dados da ONU, até maio deste ano, 131 pessoas consideradas opositoras do regime sandinista foram presas arbitrariamente no país centro-americano. Ainda segundo a ONU, nas prisões, esses opositores são torturados e submetidos até mesmo a abusos sexuais.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]