O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, derrubou a cúpula da Corte Suprema de Justiça (CSJ) e colocou sua esposa, a vice-presidente Rosario Murillo, no comando da última instância do Judiciário no país centro-americano.
Segundo informações publicadas esta semana pelo jornal Confidencial, na semana passada, a presidente da CSJ, Alba Luz Ramos, e a desembargadora Yadira Centeno González, da Câmara Cível da corte, foram retiradas dos seus cargos.
O despejo das duas juízas foi realizado por um grupo de policiais liderados pelo comissário geral reformado Horacio Rocha, assessor presidencial com posição ministerial em assuntos de segurança nacional, informou o jornal nicaraguense. Os policiais mandaram as magistradas para suas casas.
A intervenção política foi coordenada pelo conselheiro de segurança Néstor Moncada Lau e por Rosario Murillo.
De acordo com o Confidencial, a advogada Carla Lucía Flores Centeno, filha de uma das juízas destituídas, foi presa pela polícia sandinista.
A destituição de Ramos ocorreu logo após as demissões de Berman Martínez, secretário de organização da Frente Sandinista de Libertação Nacional (partido de Ortega) e secretário-geral administrativo do Poder Judiciário, e de Martín García, diretor da unidade de Tecnologia da Informação. Ambos são investigados por acusações de corrupção.
Com a medida, Ortega amplia seu poder sobre todas as instâncias do Estado nicaraguense, já que comanda o Executivo com mão de ferro desde 2007 e controla a Assembleia Nacional da Nicarágua.