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Os 10 ditadores que estão há mais tempo no poder

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(Foto: Pixabay)

Dez repúblicas no mundo ostentam um triste recorde: seus governantes estão no poder há mais de 25 anos. Todos tem um ponto em comum: não querem largar dele. 

O campeão é Paul Biya, do Camarões (Centro-oeste da África), que chegou ao poder em 1975, como primeiro-ministro, e, desde 1982 é o presidente. Desde que o país se tornou independente, em 1960, só teve dois presidentes. 

À exceção de Uganda, os demais países são considerados como autoritários pela Economist Intelligence Unit (EIU), que anualmente calcula o Índice da Democracia. Mesmo com a forte repressão desencadeada pelo presidente Yoweri Museveni, a sociedade ugandesa vem se mostrando resilientes, com jornalistas, blogueiros e cidadãos se mostrando dispostos a expressarem sua opinião, segundo a ONG Freedom House, que promove a democracia no mundo. 

Desde 1990, o ditador que ficou mais tempo no poder foi Fidel Castro, que ficou 52 anos à frente de Cuba entre 1959 e 2011. 

Paul Biya (Camarões) 

  •  Desde 30 de janeiro de 1975 no poder 
  • Presidente (entre 1975 e 1982 foi primeiro-ministro) 
  • Situação da imprensa: não livre 
  • Ranking no Índice da Democracia: 126° (autoritário) 

Segundo a Freedom House, Biya tem permanecido no poder por meio da manipulação de eleições, usando recursos públicos estatais para o clientelismo político e limitando a atuação da oposição. As forças de segurança usam a violência para dispersar os protestos contra o governo, particularmente nas regiões em que se fala o inglês. O grupo terrorista Boko Haram ataca continuamente civis no norte do país. Forças de segurança que combatem a insurgência são acusadas de violações de direitos humanos contra a população civil. 

Teodoro Obiang Nguema Mbasogo (Guiné Equatorial) 

  • Desde 3 de agosto de 1979 no poder 
  • Presidente e Líder do Conselho Militar Supremo 
  • Situação da imprensa: não livre 
  • Ranking no Índice da Democracia: 161° (autoritário) 

A Guiné Equatorial é dona de uma das maiores reservas de petróleo do mundo. Mas, mais de dois terços dos cidadãos vivem com menos de US$ 1 por dia. 90% da população não tem acesso à internet e a expectativa de vida é de apenas 53 anos. A família do ditador gosta de se meter em escândalos. Neste mês, a Polícia Federal encontrou U$ 16 milhões no avião particular do filho de Nguema Mbasogo, Teodoro Obiang Nguema, também conhecido como Teodorin. Ele gosta de patrocinar festas extravagantes e já teve mais de US$ 500 milhões confiscados em vários países. 

Ali Khamenei (Irã) 

  • Desde 13 de novembro de 1981 
  • Líder supremo (presidente entre 1981 e 1989) 
  • Situação de imprensa: não livre 
  • Ranking no Índice da Democracia: 150° (autoritário) 

Apesar de promover eleições regularmente, o Irã está longe de ser uma democracia devido à forte influência do Conselho dos Guardiães, um grupo linha dura que desqualifica os candidatos que não são leais ao establishment religioso. Os maiores poderes estão nas mãos do aiatolá Ali Khamenei e de instituições não eleitas, que ficam sob seu controle. Estas, incluindo as forças de segurança e o judiciário, de acordo com a Freedom House, tem um papel relevante na supressão da dissidência e no estabelecimento de restrições às liberdades civis. 

Hun Sen (Camboja) 

  • Desde 31 de dezembro de 1984 
  • Primeiro-ministro 
  • Situação da imprensa: não livre 
  • Ranking no Índice da Democracia: 124° (autoritário) 

A situação do Camboja tem se deteriorado nos últimos anos. O país vinha tendo eleições semicompetitivas no passado. Em 2017, de acordo com a Freedom House, se aproximou muito de um regime autoritário, com o banimento do principal partido de oposição e o fechamento de meios de comunicação independentes. ONGs foram fechadas ou expulsas do país. A corrupção no regime de Hun Sen é comum. Políticos poderosos e militares exercem um papel relevante. 

Yoweri Museveni (Uganda) 

  • Desde 26 de janeiro de 1986 
  • Presidente 
  • Situação da imprensa: parcialmente livre 
  • Ranking no Índice da Democracia: 98° (regime híbrido) 

Apesar de ter eleições regulares, a credibilidade delas vem decaindo. Museveni e seu partido estão no poder desde 1986, por meio da manipulação dos recursos naturais, intimidação por parte das forças de segurança e processos politizados contra líderes da oposição, como é o caso do astro do reggae e deputado Bobi Wine. Apesar da pressão de Museveni, aponta a Freedom House, a sociedade civil ugandesa tem se mostrado resiliente. “Jornalistas, blogueiros e cidadãos tem se mostrado dispostos a expressarem sua opinão, embora o ambiente político permanecesse rigidamente restrito sob o regime do presidente Yoweri Museveni”, diz a entidade. 

Omar al-Bashir (Sudão) 

  • Desde 30 de junho de 1989 
  • Presidente (até 1993 era também líder do Comando Revolucionário do Conselho de Salvação Nacional) 
  • Situação da imprensa: não livre 
  • Ranking no Índice da Democracia: 155° (autoritário) 

O Sudão é um dos piores países do mundo para se viver. O sistema político é dominado por al-Bashir que reprime violentamente regiões, religiões e etnias que não compartilham a sua visão nacionalista. Segundo a Freedom House, a sociedade civil enfrenta severas restrições, a liberdade religiosa não é respeitada e a mídia é rigorosamente controlada. Noura Hussein, uma jovem de 18 anos, foi condenada à morte por ter matado o marido que a estuprou. Após pressão internacional, a pena foi comutada para cinco anos de prisão. 

 Idriss Déby (Chade) 

  • Desde 2 de dezembro de 1990 
  • Presidente 
  • Situação da imprensa: não livre 
  • Ranking no Índice da Democracia: 165° (autoritário) 

Apesar de realizar eleições regulares desde 1996, em nenhuma delas houve mudança de poder. A Freedom House destaca que rotineiramente as eleições para o legislativo são adiadas. Ativistas da oposição correm o risco de serem presos e sofrerem maus tratos durante a detenção. Tradicionalmente, o estado reprime protestos antigovernamentais. E, segundo a Economist Intelligence Unit (EIU), é o terceiro país mais autoritário do mundo, à frente apenas da Síria e da Coreia do Norte. 

Nursultan Nazarbayev (Cazaquistão) 

  • Desde 16 de dezembro de 1991 
  • Presidente 
  • Situação da imprensa: não livre 
  • Ranking no Índice da Democracia: 141° (autoritário) 

Desde que o Cazaquistão se tornou independente, em 1991, Nursultan Nazarbayev domina a cena política do país. E mesmo na época da União Soviética era uma figura proeminente. Entre 1984 e 1989 foi primeiro-ministro da República Socialista Soviética Cazaque e em 1990, presidente do Soviete Supremo. A Freedom House aponta que as eleições parlamentares e presidenciais não são livres e justas. Os principais partidos são leais ao presidente, os maiores meios de comunicação são estatais ou vinculados a empresários com ligações com o governo. As liberdades de expressão e de associação são restritas e a corrupção é endêmica. 

Emomali Rahmon (Tajiquistão) 

  • Desde 19 de dezembro de 1992 
  • Presidente 
  • Situação da imprensa: não livre 
  • Ranking no Índice da Democracia: 159° (autoritário) 

Assim como Nazarbayev, do Cazaquistão, Emomali Rahmon é remanescente dos tempos de domínio soviético. Em 1990, ele foi eleito deputado ao Soviete Supremo do Tajiquistão. Chegou ao poder em 1992, após a renúncia de dois presidentes. Desde então vem se caracterizando por cercear drasticamente os direitos políticos e as liberdades civis. Os principais instrumentos para se manter no poder, de acordo com a Freedom House, são campanhas de repressão contra opositores políticos e dissidentes. E, desde 2017, vem consolidando a presença de sua família no poder, com a nomeação de seu filho, Rustam Emomali. 

Isaias Afwerki (Eritreia) 

  • Desde 23 de maio de 1993 
  • Presidente 
  • Situação da imprensa: não livre 
  • Índice da Democracia: 151° (autoritário) 

A Eritreia é um dos países com maior repressão no mundo, segundo a Freedom House, chegando a ser conhecida como a “Coreia do Norte da África”. É um estado militarizado e autoritário que não realizou nenhuma eleição desde que ganhou a independência da Etiópia, em 1993. O único partido é a Frente Popular para a Democracia e Independência. Detenções arbitrárias são comuns. Os cidadãos precisam estar à disposição do governo e, com frequência, pela vida toda. Não há imprensa livre.

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