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Presidente da Croácia, Kolinda Grabar-Kitarovic, com a torcida em jogo da seleçõa croata na Copa do Mundo | Dimitar DILKOFFAFP
Presidente da Croácia, Kolinda Grabar-Kitarovic, com a torcida em jogo da seleçõa croata na Copa do Mundo| Foto: Dimitar DILKOFFAFP

Na última semana o presidente russo Vladimir Putin perdeu o posto de político mais comentado da Copa do Mundo para Kolinda Grabar-Kitarovic, a presidente da Croácia que foi vista comemorando a ascensão de sua seleção até a final do Mundial como uma verdadeira “torcedora raiz”.

Deixando de lado os protocolos, ela acompanhou quase todos os jogos da Croácia nos estádios, trocou a área reservada pela arquibancada, sofreu e celebrou freneticamente e até comemorou com os jogadores. 

Que ela ganhou fama ao redor do mundo não há dúvidas. Resta saber agora se a conservadora moderada de 50 anos também vai ver sua popularidade aumentar em casa. 

Em fevereiro, ela figurava como a política mais popular da Croácia, de acordo com uma pesquisa regular de preferências políticas e sociais no país. Mas recentemente tem visto a aprovação de seu governo cair: em cinco meses o apoio dos eleitores passou de 56% para 46%. 2019 é ano de eleição por lá e Kolinda ainda não confirmou se vai disputar a presidência mais uma vez, embora o seu partido, a União Democrática Croata, tenha declarado que apoiará uma eventual candidatura dela. 

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Kolinda é a primeira mulher presidente da Croácia. Foi eleita em uma votação apertada em janeiro de 2015 contra o então presidente Ivo Josipović, aproveitando-se do descontentamento popular com seis anos de recessão e alto índice de desemprego (19%). 

Durante os primeiros três anos no cargo, Kolinda viajou pelo país estabelecendo sedes temporárias da presidência em regiões que quase nunca eram visitadas por políticos proeminentes. O motivo, segundo ela, era se aproximar de seu povo, mas a medida geralmente se reduzia a ela ouvindo as pessoas reclamando e depois pedindo ao governo para resolver os problemas locais, já que o cargo de presidente na Croácia não possui grandes poderes executivos — delegados ao primeiro-ministro. 

Na política internacional, Kolinda prometeu se aproximar da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança da qual a Croácia faz parte, e da União Europeia, em detrimento das relações com os países da região dos Balcãs. O compromisso foi assumido também pelo primeiro-ministro, Andrej Plenkovic, que prometeu colocar o país na sala de espera do euro, conhecida como ERM-2, até 2020.

Na zona do euro

Agora que a Croácia entrou para o seleto grupo de finalistas da Copa do Mundo, seus líderes acreditam que seja a hora de entrar em outro grupo especial: a zona do euro. Nesta sexta-feira a Croácia deve dar um importante passo em direção a esse objetivo com a confirmação de Boris Vujcic, pró-euro, como presidente do banco central. 

Muitos dos países mais pobres da UE vêem a moeda comum como uma forma de ancorar seu lugar em uma aliança cada vez mais dividida. Enquanto algumas das nações ex-comunistas — Polônia, República Tcheca e Hungria — não têm planos firmes de mudar para o euro, outras estão ansiosas para participar, como é o caso da Bulgária, da Romênia e da Croácia. 

“Entrar na zona do euro deve ser bom para a Croácia", afirma Zeljko Lovrincevic, professor do Instituto de Economia de Zagreb. “Mas o processo pode ser difícil”. 

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A grande questão é quanto a zona do euro, que acabou de se reerguer depois da crise da dívida grega, está disposta a receber outro membro dos Balcãs. Mesmo estando tecnicamente pronta, a Bulgária desacelerou seus planos de candidatar-se ao ERM-2 depois de ter sido criticada pelo Banco Central Europeu e pela Comissão Europeia. 

Apesar de ser mais rica que a Bulgária, a Croácia não preenche todos os requisitos para entrar no ERM-2. Mesmo que a kuna, a moeda croata, seja estável e o governo tenha encerrado o ano passado com um superávit orçamentário, o país não atende aos requisitos de inflação e dívida pública, que representou 78% do PIB croata em 2017, sendo que o teto exigido é de 60%. 

Mesmo que a seleção da Croácia perca para a França o cobiçado título do Mundial neste domingo (15), pode ser que Kolinda e Plenkovic comemorem uma vitória fora dos campos. “A Croácia tem melhores chances do que a Bulgária, já que tem instituições fortes”, afirma Stojic. “Os indicadores croatas, como a dívida pública, também melhoraram recentemente”.

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