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Stephen M. Walt, professor de relações internacionais na Universidade de Harvard.

Líderes inconsequentes poderiam levar à guerra

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Se a economia da China continuar crescendo, é provável que haja uma intensa competição com os Estados Unidos no que diz respeito a segurança. Os países não podem presumir que os outros permanecerão benevolentes, então eles tendem a se preparar para as piores possibilidades. Pequim já está convertendo parte de sua riqueza crescente em poder militar e, com certeza, tentará criar um ambiente de segurança mais favorável para sua vizinhança, assim como os Estados Unidos fizeram durante sua ascensão ao poder.

No século 19, a América emergente proclamou a "Doutrina Monroe" e gradualmente afastou os grandes poderes europeus do Hemisfério Ocidental. Pela mesma lógica, uma China poderosa não irá querer que os Estados Unidos tenham alianças com países próximos, nem uma grande presença militar perto de suas fronteiras, e irá, sem dúvidas, tentar afastar as forças dos EUA da região da Ásia-Pacífico. Mas os norte-americanos não partirão voluntariamente, porque a dominação chinesa na Ásia deixaria Pequim livre para agir em outros lugares.

Se os líderes forem prudentes, a rivalidade poderá ser controlada. Mas líderes inconsequentes de ambos os lados poderiam aumentar os riscos de uma guerra.

Para começar, os Estados Unidos estão fortalecendo suas alianças asiáticas já existentes e tentando criar outras novas. Em resposta, a China irá encorajar seus vizinhos a se distanciarem de Washington e a aceitarem a "hegemonia benevolente" chinesa. Mas a maioria desses vizinhos terá medo da China e se aliará aos Estados Unidos, o que levará a China a se sentir cercada e fornecerá mais potencial para conflitos.

A boa notícia é que os laços da economia sinoamericana dão a ambos os lados amplos motivos para manter a rivalidade dentro dos limites. Ainda assim, uma guerra entre a China e a América está longe de ser inevitável.

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Não

Zhu Feng, diretor do Centro para Estudos Internacionais e Estratégicos da Universidade de Pequim.

Nenhum dos lados quer um conflito

Há pouquíssimas preocupações de que as duas potências (China e EUA) possam entrar em colisão com uma "nova Guerra Fria". Primeiramente, o sistema autoritário da China tem sido tremendamente mobilizado para a integração internacional. Pequim é bastante conservadora e não recebe bem a democratização. Mas tampouco adere estritamente ao comunismo tradicional. Qualquer novo confronto parecido com a Guerra Fria arriscaria uma grande reação na China por prejudicar enormemente a elite chinesa. Um conflito desses poderia definitivamente minar a legitimidade governamental do Partido Comunista.

Em segundo lugar, a disparidade de poder entre Washington e a China não tem se estreitado significativamente, apesar das conquistas da China nas últimas décadas. Meu ponto de vista é que Beijing permanece sendo uma potência adolescente e que deve aprender a ser uma grande potência em vez de investir tolamente em qualquer confronto. Embora alguns chineses queiram que a nação use de mais força em seu posicionamento, a China não está em posição para desafiar os EUA. Mas o país terá muito entusiasmo e franqueza em abordar e proteger seus interesses legais. A competição entre Washington e Pequim irá se intensificar.

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Por fim, o ciclo de ação e reação tem, em sua maior parte, sido frutífero para os EUA e a China. Uma maior competição é algo promissor. Os EUA não querem encurralar a China, ou forçar Pequim a ter que se defender desesperadamente. As questões por conta de assuntos problemáticos provam que os lados querem lidar com o conflito, e não agravá-lo.

Nos anos vindouros, as relações China-EUA continuarão a ser muito complicadas, mas também muito importantes. A cola que mantém essas duas nações unidas não é somente o pragmatismo, mas o interesse mútuo – sobretudo no comércio.

Tradução: Adriano Scandolara.