María Salas Oraá.

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Roma, 3 abr (EFE).- Além da Basílica de São Pedro, símbolo por excelência do cristianismo, Roma esconde locais de culto que incluem catacumbas, antigas igrejas clandestinas e o próprio Coliseu, lembrança das perseguições aos primeiros cristãos.

A capital italiana está repleta de itinerários desconhecidos e lugares ocultos aos milhares de turistas chegados de todo o mundo, tanto a Roma como ao Vaticano, para celebrar a Semana Santa, com o maior mistério ocultos nos quilométricos cemitérios que encerram as catacumbas.

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Embora só haja cinco abertos ao público, Roma foi erguida sobre 60 catacumbas e milhares de túmulos onde foram sepultados os primeiros seguidores de Cristo quando, nos séculos I e II, as leis romanas proibiam o enterro dos mortos dentro da cidade.

Por motivos sanitários, os falecidos eram incinerados, mas os cristãos rejeitavam este costume pagão e criaram estes cemitérios sob a terra, com uma infinidade de galerias subterrâneas, para possibilitar a ressurreição de suas almas.

São estreitas galerias subterrâneas com várias fileiras de nichos retangulares nos quais se colocaram os corpos envolvidos em lençóis com lixívia e fechados em lápides de mármore ou barro cozido, sobre os que aparecia um símbolo cristão, proibido por então.

Além destes cemitérios subterrâneos, Roma abriga pequenas igrejas domésticas e antigos centros clandestinos que presenciaram a proliferação da fé cristã, além de pequenos altares onde a Igreja afirma que ocorreram milagres.

Entre os mais antigos estão as galerias da Basílica de San Martino ai Monti, um dos primeiros centros de reunião dos cristãos no século III e que posteriormente acolheu os sínodos da Igreja Católica nos anos 499 e 595.

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Um pouco mais conhecida entre os turistas é a Basílica de São Clemente, apreciada por seus 2.000 anos de história e pelos afrescos e mosaicos que esconde este templo, construído em vários andares e com um percurso por diferentes períodos históricos e artísticos.

Há também destroços de pequenos altares que gente anônima construiu em suas casas quando o cristianismo era perseguido, como o que uma rica senhora dedicou a São Lourenço em sua casa do centro de Roma nos primeiros séculos depois de Cristo ou o que Vestina, uma viúva, construiu para rezar para São Vital.

Escondido também está o Santuário de Nossa Senhora do Arco, o menor da cidade, que abriga uma pintura da Virgem Maria, cujos olhos milagrosamente se movimentaram, segundo afirmou a Igreja Católica em 1796.

Outro milagre viveu a pequena “Lourdes” de Roma, a Igreja de Santa Maria in Via, à qual chegam os peregrinos para beber de sua fonte e que em 1526 conservou de maneira inexplicável a pintura de Nossa Senhora do Bem após as inundações que devastaram a cidade.

Também viveu um mistério a Igreja de Santa Pudenziana, uma das mais antigas da capital e onde se pode ver a marca da mancha de sangue deixada em 1610 por uma hóstia que caiu das mãos de um sacerdote que duvidava da presença real de Jesus no sacramento da Eucaristia.

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O Coliseu, o maior e mais imponente anfiteatro romano, é o lugar junto ao qual o papa Francisco realizará nessa sexta-feira a Via-Sacra e lembrará os períodos e momentos vividos por Jesus desde o momento em que foi preso até sua crucificação e sepultura.

Embora os historiadores tenham dúvidas sobre a veracidade de que no Coliseu mártires cristãos fossem devorados pelos leões, o famoso anfiteatro Flavio lembrará de maneira simbólica os sofrimentos dos primeiros cristãos.

Uma comemoração que foi instaurada em 1741 pelo papa Bento XIV e que, após décadas de esquecimento, voltou a ser celebrada em 1925 em um cenário pouco habituado às celebrações religiosas. EFE