O impacto total da devastação causada pelo furacão Katrina ainda está sendo avaliado, já que as águas e os preços do petróleo recuam lentamente uma semana depois de a costa do Golfo do México ter sido estremecida por uma das tormentas mais caras da História.
Confira abaixo uma lista das últimas estimativas sobre o impacto econômico da catástrofe:
IMPACTO MACROECONÔMICO:
- Os especialistas reduziram suas expectativas para o crescimento do Produto Interno Bruto para o restante de 2005 por causa do furacão. Economistas estimam agora que a economia americana deve crescer 3,4% no quarto trimestre, contra 3,8% previstos antes da tragédia.
O patamar das previsões variava entre 2,4% e 4,2%. O Goldman Sachs, por exemplo, acredita que o crescimento do PIB deve agora ficar em 0,5% e 1% no terceiro e quarto trimestres.
- O preço do petróleo de referência estava em US$ 66,20 por barril nesta terça-feira, recuo de 6,6%, depois de ter atingido a máxima de US$ 70,85, mas com poucas mudanças em relação ao nível de US$ 66,13 registrado antes do furacão.
O governo dos EUA anunciou uma série de medidas para solucionar o problema da disponibilidade de petróleo, incluindo a entrega de algumas de suas reservas de emergência.
- Os preços da gasolina no varejo em várias áreas dos EUA subiram para cerca de U$ 3,00 por galão durante o último fim de semana, chegando a US$ 3,5 em alguns centros - mas estão recuando lentamente.
- Além do petróleo, os mercados acionários reagiram de diferentes formas. O índice S&P500 está mais de 2% acima dos níveis anteriores à tormenta, enquanto as ações de todo o mundo subiram aos patamares de fevereiro de 2001.
IMPACTO DIRETO NA REGIÃO:
- Espera-se que o número de mortos chegue aos milhares, com algumas autoridades locais indicando que poderia chegar até 10 mil. Mais de um milhão de pessoas foram deslocadas e centenas estão sem eletricidade.
A população total dos três estados mais afetados - Louisiana, Alabama e Missisippi - era de 12 milhões.
- O PIB combinado dos três estados afetados era de cerca de US$ 360 bilhões no ano passado, menos de 3% do PIB total dos EUA neste ano, que deve chegar próximo de US$ 12,5 trilhões.
- As últimas notícias dão conta de que a produção e o refinamento já estão sendo retomados.
- O grupo American Farm Bureau estima que o furacão implicará em pelo menos US$ 1 bilhão em prejuízos nas colheitas e gado, além de outros US$ 1 bi em gastos indiretos por maiores custos do combustível e uma deterioração na infra-estrutura.
ESTIMATIVAS DE CUSTOS:
- As estimativas sobre os danos a propriedades e objetos segurados é amplo, indo de US$ 14 bilhões a US$ 35 bilhões.
- A alemã Hanover Re, quarta seguradora do mundo, disse que o Katrina poderia ser o desastre natural mais custoso da história, com perdas seguradas em até US$ 30 bilhões. Outras firmas, como BritInsurance, disseram que o custo de seguros de limpeza poderia chegar até US$ 50 bilhões.
As cifras são comparadas com o custo em seguros do furacão Andrew, em 1992, de US$ 21 bilhões, e com os US$ 32 bilhões dos ataques de 11 de setembro de 2001.
- A Risk Management Solutions, firma especializada em assessorar as companhias sobre a gestão de risco das catástrofes, estima que o total de perdas econômicas com o furacão, incluindo as perdas seguradas e não seguradas, além da interrupção da atividade econômica, poderiam chegar a US$ 100 bilhões.
RESPOSTA ECONÔMICA:
- Uma minoria dos analistas financeiros espera que o Federal Reserve (banco central dos EUA) faça uma pausa em sua campanha de alta das taxas de juros em sua reunião do dia 20 de setembro. Uma pesquisa realizada pela agência Reuters na semana passada mostrou que quatro analistas estimam que o Fed vai manter as taxas nos atuais 3,5%, depois de dez elevações consecutivas.
- Autoridades econômicas e banqueiros do Fed, reconhecendo a dimensão sem precedentes do desastre, destacam que o impacto será temporário. O secretário do Tesouro, John Snow, disse nesta terça-feira que os efeitos do furacão poderiam desacelerar o crescimento no curto prazo.