O presidente dos EUA, Donald Trump, disse, em entrevista exclusiva transmitida nesta quinta-feira (23) pela Fox News, que os pagamentos feitos à atriz pornô Stephanie Clifford – cujo nome artístico é Stormy Daniels – e à ex-modelo da Playboy Karen McDougal partiram dele mesmo e não de recursos de sua campanha eleitoral, como alega seu ex-advogado pessoal Michael Cohen.
Na terça-feira (21), Cohen se declarou culpado por violar as leis de financiamento durante a eleição presidencial americana de 2016, como parte de um acordo de delação premiada. Na ocasião, ele afirmou ter feito pagamentos ilegais à atriz e à ex-modelo para que elas não revelassem seus casos extraconjugais com Trump, que então concorria à presidência.
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Na entrevista, Trump negou que os recursos para os pagamentos vieram da campanha, mas sim dele próprio, e afirmou que ele havia postado mensagens no Twitter a respeito.
Trump também disse que Cohen foi "um de muitos advogados" seus, que fazia apenas acordos pequenos e trabalhou com ele por cerca de dez anos. "No final, ele não foi um advogado muito bom, francamente", comentou o presidente.
Na entrevista ele também disse que o mercado iria enfrentar um "crash", caso a oposição do Partido Democrata provocasse o seu impeachment. “Se algum dia eu sofrer um impeachment, acho que o mercado iria cair. Acho que todo mundo seria muito pobre”, afirmou, acrescentando que os americanos veriam “números econômicos que você não acreditaria”, mas que duvida que um impeachment aconteça.
O presidente americano aproveitou o gancho e voltou a exaltar a economia americana durante seu governo. "Nós temos a melhor economia da história do país", disse, citando a redução do desemprego, no geral e também entre grupos como as mulheres, os hispânicos, negros e asiáticos.
“Eu não sei como você pode destituir alguém que tem feito um grande trabalho”.
Sobre a política internacional, Trump lembrou que, quando assumiu, o ex-presidente Barack Obama pensava que os EUA teriam de ir à guerra com a Coreia do Norte. Segundo o atual líder, Obama desaconselhou uma reunião com o líder norte-coreano, Kim Jong-un. Trump, porém, afirmou que insistiu no diálogo e hoje em dia tem "uma boa relação" com Kim, sem ter tido de ceder em nada para o regime de Pyongyang.
Trump ainda criticou Obama por sua atuação na crise da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. Para o presidente, o ex-líder "deu a região" para Moscou. "Isso não tem nada a ver comigo", argumentou.