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O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, anunciou nesta terça-feira (11) que os líderes da Aliança Militar decidiram convidar a Ucrânia para se tornar membro da organização transatlântica assim que os aliados se puserem de acordo e quando o país cumprir as condições.
Stoltenberg disse em uma coletiva de imprensa que a OTAN "emitirá o convite quando os aliados concordarem e estejam cumpridas as condições" necessárias para a entrada de Kiev na organização transatlântica.
O político norueguês manifestou-se neste sentido perante os meios de comunicação durante a cúpula de chefes de Estado e de governo da OTAN que ocorre nesta terça e na quarta-feira (12) em Vilnius, capital da Lituânia.
Questionado sobre as declarações do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky sobre o fato de ser "um absurdo" que a Aliança não fixe uma data de convite ao seu país, Stoltenberg frisou que os aliados "decidiram hoje uma mensagem forte, unida e positiva para a Ucrânia sobre um apoio duradouro, mas também uma mensagem positiva sobre o caminho para a adesão".
Stoltenberg observou que os líderes dos países aliados também concordaram nesta terça em simplificar o processo da futura adesão da Ucrânia à OTAN, ao aceitar eliminar o chamado Plano de Ação de Adesão (MAP) para Kiev.
Essa decisão significa que o governo ucraniano não teria que participar de um programa plurianual para demonstrar que realizou as reformas militares, econômicas e políticas necessárias para ingressar na aliança militar.
Stoltenberg explicou que, ao remover a exigência do MAP, o processo de adesão da Ucrânia à Otan passa de um processo de "duas etapas" para um procedimento de "apenas uma etapa".
Os aliados também aprovaram nesta terça um novo programa plurianual que garante a total interoperabilidade das forças ucranianas com as da Aliança Atlântica.
Além disso, os líderes concordaram em elevar o nível da relação política com a criação do Conselho Otan-Ucrânia, um fórum no qual ambas as partes participarão de igual para igual.
Grupo de 11 países da OTAN começará a treinar pilotos ucranianos com F-16 em agosto
Uma coalizão formada por 11 países da OTAN que participarão do treinamento de pilotos ucranianos no manuseio de aviões de combate F-16 iniciará este treinamento no próximo mês de agosto. A informação foi divulgada também nesta terça pelo ministro da Defesa dinamarquês, Troels Lund Poulsen, durante a cúpula da Aliança Atlântica em Vilnius.
O centro de formação será instalado na Romênia, destacou, por sua vez, a ministra da Defesa holandesa, Kajsa Ollogren, após uma sessão ministerial realizada na capital da Lituânia.
A Dinamarca e a Holanda compartilham a liderança da aliança entre os 11 países que se dispuseram a oferecer esses aviões de combate à Ucrânia para sua defesa.
O ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, que chegou hoje a Vilnius para assistir às reuniões, confirmou através da sua conta no Twitter a assinatura do memorando que oficializa a coligação de países dispostos a oferecer os seus F-16.
“Pilotos, técnicos e pessoal de apoio ucranianos participarão de um programa de treinamento”, escreveu Reznikov em sua conta no Twitter, onde também aventa a possibilidade de se incluir outros tipos de aeronaves de combate no programa.
Zelensky já está em Vilnius para participar da cúpula da OTAN
Também nesta terça, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, chegou a Vilnius para participar da cúpula da OTAN. A informação foi revelada pela agência de notícias pública ucraniana Ukrinform, citando o porta-voz do gabinete presidencial, Sergey Nikiforov.
Na cúpula, Zelensky planeja tentar convencer os países-membros da OTAN a aprovar na capital lituana um cronograma fixo para a adesão da Ucrânia assim que a guerra terminar.
Nesta terça, o ministro da Defesa ucraniana, Reznikov, reiterou que o "principal objetivo" de seu país é tornar-se membro de pleno direito da OTAN.
"O principal objetivo é a adesão plena", declarou Reznikov ao chegar à reunião dos líderes aliados realizada em Vilnius, onde estão ocorrendo também reuniões paralelas dos ministros de Defesa e das Relações Exteriores da Aliança.