![Otan ameaça intervir na Líbia Bomba lançada por aviões das forças de Kadafi explode perto da concentração de rebeldes em Ras Lanuf, importante centro de produção de petróleo no leste da Líbia | Goran Tomasevic/Reuters](https://media.gazetadopovo.com.br/2011/03/08-libia-bombardeio-1.0.75838259-gpLarge.jpg)
Bruxelas - A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) aumentou ontem a pressão internacional sobre o ditador líbio, Muamar Kadafi. O secretário-geral da aliança, Anders Fogh Rasmussen, exigiu uma transição rumo à democracia e advertiu que pode haver reação militar se Kadafi continuar usando a força para conter a revolta popular.
"Se Kadafi e suas forças militares continuarem atacando sistematicamente a população, não posso imaginar que a comunidade internacional fique somente olhando", disse Rasmussen. "Muita gente pelo mundo se verá tentada a dizer: Façamos algo para deter este massacre", completou.
Rasmussen ressaltou, contudo, que a aliança não tem prevista nenhuma ação militar e só agirá se for solicitada e contar com autorização da Organização das Nações Unidas (ONU).
"A Otan não tem intenção de intervir, mas como organização de segurança nossa obrigação é fazer um planejamento prudente para qualquer eventualidade", explicou Rasmussen em entrevista coletiva.
Os analistas da Otan estão elaborando planos sobre possíveis cenários da revolta o que inclui uma intervenção militar. "Temos de estar prontos para agir rapidamente", afirmou Rasmussen.
Sem querer antecipar possíveis eventos, o secretário-geral da Otan deixou claro que a comunidade internacional não permanecerá impassível se os ataques do regime de Kadafi contra a população continuarem.
Exclusão aérea
Outra opção é aplicar uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia, ideia que alguns países tentam levar adiante para impedir os bombardeios da Força Aérea leal a Kadafi. A Otan já realizou duas missões de exclusão aérea na década de 1990, uma durante a guerra da Bósnia-Herzegovina e outra no conflito do Kosovo.
Rasmussen afirmou que essa ação requer um "amplo leque de recursos militares" e lembrou que a resolução sobre a Líbia aprovada por enquanto pelo Conselho de Segurança da ONU não prevê o uso da força.
Mais cedo, o Ministério de Relações Exteriores da França afirmou que a Liga Árabe é favorável à criação da zona de exclusão aérea na Líbia. O apoio da Liga, sempre muito resistente a qualquer tipo de intervenção, pode acabar com as reservas de alguns dos países membros do Conselho na hora de adotar a medida.
Rússia
O governo da Rússia é contrário a qualquer forma de intervenção militar na Líbia, afirmou o ministro das Relações Exteriores Serguei Lavrov. "Nós não consideramos a intervenção estrangeira, especialmente militar, uma forma de resolver a crise na Líbia", afirmou Lavrov. "Os líbios devem resolver seus problemas sozinhos", acrescentou.
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