Bruxelas - A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) aumentou ontem a pressão internacional sobre o ditador líbio, Muamar Kadafi. O secretário-geral da aliança, Anders Fogh Rasmussen, exigiu uma transição rumo à democracia e advertiu que pode haver reação militar se Kadafi continuar usando a força para conter a revolta popular.
"Se Kadafi e suas forças militares continuarem atacando sistematicamente a população, não posso imaginar que a comunidade internacional fique somente olhando", disse Rasmussen. "Muita gente pelo mundo se verá tentada a dizer: Façamos algo para deter este massacre", completou.
Rasmussen ressaltou, contudo, que a aliança não tem prevista nenhuma ação militar e só agirá se for solicitada e contar com autorização da Organização das Nações Unidas (ONU).
"A Otan não tem intenção de intervir, mas como organização de segurança nossa obrigação é fazer um planejamento prudente para qualquer eventualidade", explicou Rasmussen em entrevista coletiva.
Os analistas da Otan estão elaborando planos sobre possíveis cenários da revolta o que inclui uma intervenção militar. "Temos de estar prontos para agir rapidamente", afirmou Rasmussen.
Sem querer antecipar possíveis eventos, o secretário-geral da Otan deixou claro que a comunidade internacional não permanecerá impassível se os ataques do regime de Kadafi contra a população continuarem.
Exclusão aérea
Outra opção é aplicar uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia, ideia que alguns países tentam levar adiante para impedir os bombardeios da Força Aérea leal a Kadafi. A Otan já realizou duas missões de exclusão aérea na década de 1990, uma durante a guerra da Bósnia-Herzegovina e outra no conflito do Kosovo.
Rasmussen afirmou que essa ação requer um "amplo leque de recursos militares" e lembrou que a resolução sobre a Líbia aprovada por enquanto pelo Conselho de Segurança da ONU não prevê o uso da força.
Mais cedo, o Ministério de Relações Exteriores da França afirmou que a Liga Árabe é favorável à criação da zona de exclusão aérea na Líbia. O apoio da Liga, sempre muito resistente a qualquer tipo de intervenção, pode acabar com as reservas de alguns dos países membros do Conselho na hora de adotar a medida.
Rússia
O governo da Rússia é contrário a qualquer forma de intervenção militar na Líbia, afirmou o ministro das Relações Exteriores Serguei Lavrov. "Nós não consideramos a intervenção estrangeira, especialmente militar, uma forma de resolver a crise na Líbia", afirmou Lavrov. "Os líbios devem resolver seus problemas sozinhos", acrescentou.
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