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Simpatizantes do regime líbio protestam durante funeral de civis que morreram em bombardeios da coalizão internacional | Ahmed Jadallah/Reuters
Simpatizantes do regime líbio protestam durante funeral de civis que morreram em bombardeios da coalizão internacional| Foto: Ahmed Jadallah/Reuters

A questão-chave dos árabes

Existem dois tipos de Estado no Oriente Médio e no norte da África: "países reais", com tradições em seus territórios e fortes identidades nacionais (Egito, Tunísia, Marrocos e Irã), e aqueles que podem ser chamados de "tribos com bandeira" ou Estados artificiais, com fronteiras desenhadas pelas potências coloniais que encurralaram dentro de linhas retas uma miríade de tribos e grupos que jamais se dispuseram a morar juntas muito menos conseguiram formar uma família unificada de cidadãos. São eles Líbia, Iraque, Jordânia, Arábia Saudita, Síria, Bahrain, Iêmen, Kuwait, Catar e os Emirados Árabes Unidos.

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Outro lado

Regime conta mais de 100 mortos

São Paulo - Os ataques da coalizão internacional que há seis dias têm atingido alvos militares na Líbia já deixaram cerca de cem mortos, entre eles civis, segundo um balanço provisório do regime de Muamar Kadafi informado ontem por Mussa Ibrahim, porta-voz do governo.

Um médico líbio informou que somente em Misrata houve 109 mortos e mais de 1.300 feridos nos últimos dias. As informações chegam após a notícia de que um jato francês atirou e derrubou ontem um avião militar líbio que sobrevoava a cidade de Misrata, na primeira violação do regime à zona de restrição aérea imposta no país.

Segundo a imprensa americana, que cita oficiais americanos, o avião líbio era um Soko G-2 Galeb. Ele sobrevoava a cidade de Misrata, cidade sob controle dos rebeldes e que há dias é atacada por tanques e franco-atiradores das forças leais ao ditador Muamar Kadafi.

O incidente, que não foi confirmado pela coalizão, seria a primeira violação à zona de restrição aérea no país, imposta desde sábado pelas forças da operação chamada de Aurora da Odisseia.

Folhapress

Nos EUA, republicanos criticam a operação

Washington - Depois de pressionar a Casa Branca a reagir com mais vigor na Líbia, o oposicionista Partido Republicano agora se tornou crítico da participação dos Estados Unidos na criação da zona de exclusão aérea naquele país.

O presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, John Boehner, questionou o objetivo de derrubar o líder líbio, Muamar Kadafi, expresso claramente pelo presidente norte-americano, Barack Obama, no último dia 21. Ontem, o líder da maioria republicana na Casa, deputado Eric Cantor, renovou os ataques à ausência de consultas ao Con­­gresso e de informação sobre essas operações.

"Muitos membros do Con­­gresso foi deixados de lado. Não houve suficiente consulta ao Congresso antes do compromisso sobre a ação militar", afirmou Cantor. "Onde está a liderança? Qual é a finalidade? Para onde Washington está nos levando?"

Clareza

Em uma carta endereçada a Obama, Boehner pediu mais clareza sobre o objetivo da missão militar dos EUA na Líbia e cobrou uma explicação do porque o presidente americano querer a derrubada de Kadafi.

Agência Estado

São Paulo - Os membros da Otan disseram ontem ter chegado a acordo para que o comando das ações na Líbia, hoje responsabilidade dos EUA, seja transferido à aliança militar ocidental em poucos dias.

O acordo, "99% fechado", se­­gundo diplomatas, atende sobretudo ao interesse dos EUA, que temem se comprometer em conflito cujo tempo de duração é imprevisível.

A França disse ontem que a expectativa é de que as operações militares sejam concluídas dentro de semanas, mas não deverá durar "meses"’.

Os EUA afirmaram, porém, que depois de repassar o comando das operações – a cargo de Washington desde o início das ações, no sábado – seguirão realizando ataques.

O entendimento entre os aliados só foi obtido depois da superação das divergências da França e da Turquia sobre os planos da aliança. A França resistia a que a Otan assumisse o comando político e militar das ações.

A solução foi conceder o comando militar da missão à Otan nos próximos dias, mas deixar a coordenação política a cargo de um órgão que inclua a Liga Árabe e a União Africana, além da aliança. Uma reunião em Londres na próxima terça deverá definir as atribuições do grupo.

A Turquia, por sua vez, resistia em endossar uma missão que ultrapassasse os objetivos aprovados na resolução da ONU – uma zona de exclusão aérea e o fim dos ataques contra alvos civis.

Segundo o chanceler da Turquia, as preocupações foram resolvidas, e a participação do país em ações para garantir em­­bargo à Líbia já foi aprovada pelo Parlamento.

Durante a semana, o governo turco fez críticas aos ataques aliados, e ontem chegou a acusar a França de se preocupar somente com o petróleo líbio. Os franceses se opõem à entrada turca na União Europeia.

Também ontem, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que representantes do ditador Muamar Kadafi e opositores se encontrarão em Adis Abeba (Etiópia).

Bloqueio naval

O comando da Otan para o bloqueio naval da Líbia disse ontem esperar ter um número efetivo de navios de guerra para evitar que armamentos e mercenários en­­trem na Líbia. A organização afirmou que ainda está numa "fase de incremento" e é impossível no momento patrulhar a costa líbia inteira.

O vice-almirante Rinaldo Veri, da Itália, disse que o Me­­diterrâneo é a maneira mais "fácil, rápida e direta" para transportar armas e mercenários para Kadafi. Se­­gundo ele, as operações navais da Otan fecharão "a porta principal" para a entrada de armas e mercenários. Veri não quis dizer quantos navios de guerra já participam da operação e quantos foram pedidos.

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