A Organização do Tratado do Atlântico Norte suspendeu ontem toda a cooperação prática com a Rússia em protesto à anexação da Crimeia e ordenou que seus militares planejem medidas para reforçar suas defesas e tranquilizar países do Leste Europeu preocupados com a situação.
Ministros das Relações Exteriores da aliança liderada pelos Estados Unidos, formada por 28 nações, irão se reunir pela primeira vez para discutir a ocupação russa da Crimeia, região da Ucrânia, que desencadeou a pior crise entre Ocidente e Oriente desde a Guerra Fria.
Eles concordaram em "suspender toda a cooperação prática, civil e militar, entre a Otan e a Rússia".
Autoridades da organização disseram que a decisão pode afetar a cooperação com a Rússia no Afeganistão em áreas como treinamento de pessoal de combate aos narcóticos, manutenção de helicópteros da Força Aérea afegã e uma rota de trânsito para fora do país devastado pela guerra.
Os contatos entre a Otan e a Rússia em nível diplomático ou superior podem continuar para que se possam discutir saídas para a crise.
Classificando as ações russas na Ucrânia de inaceitáveis, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, disse: "Por meio de suas ações, a Rússia minou os princípios sobre os quais nossa parceria está erguida e rompeu com seus próprios compromissos internacionais. Então, não podemos agir como se nada tivesse acontecido".
As medidas da Otan podem incluir o envio de soldados e equipamentos para seus aliados no Leste Europeu e a realização de mais exercícios.
Alerta
A Rússia alertou a Ucrânia contra a integração com a Otan, dizendo que as tentativas anteriores de Kiev de se aproximar mais do organismo tiveram consequências desagradáveis. Kiev afirmou que não quer entrar na Otan.
Segurança
EUA e aliados não têm planos militares para defender a Ucrânia, mas asseguraram proteção a seus aliados do Leste Europeu que se juntaram à Otan nos últimos 15 anos, após o colapso da União Soviética.