Papa Bento 16 pede diálogo pelo fim de conflito na Líbia
O papa Bento 16 pediu que os diplomatas trabalhem por um diálogo imediato com o objetivo de suspender o uso de armas por todas as partes envolvidas nos conflitos na Líbia. Bento 16 disse que tem rezado pela harmonia naquele país e no norte da África, mas está fazendo "uma apelo profundo (...) por um começo imediato do diálogo para a suspensão do uso de armas".
- Ocidente atinge forças líbias; França vê "semanas" de guerra
- Catar é 1.º país árabe a participar de ataques à Líbia
- Rebeldes retomam cidade estratégica ao leste da Líbia
- As novas faces do mundo árabe
- A vantagem do ego
- Violência se espalha pela Síria
- Governo líbio admite negociar transição que pode incluir eleições
O órgão de tomada de decisões da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) decidiu neste domingo (27) assumir as operações militares na Líbia contra as forças leais ao ditador Muamar Kadafi, que atualmente são lideradas pelos EUA.
A medida visa ampliar sua missão aérea no país para atacar as forças leais ao ditador Muamar Kadafi. O acordo aconteceu durante uma reunião de embaixadores da Otan que começou às 13h (horário de Brasília).
"A Otan decidiu hoje executar todos os aspectos da Resolução 1973 das Nações Unidas para proteger a população nas áreas ameaçadas de ataque pelo regime de Kadafi", informou uma autoridade sem se identificar. As informações são da Associated Press.
O acordo pelos embaixadores significa que o conselho dos estados da Otan podem tomar o controle de todas as operações militares, incluindo ofensivas terrestres para proteger civis. O controle atualmente está nas mãos de uma coalizão liderada por França, EUA e Grã-Bretanha.
Os EUA estão ansiosos em passar a responsabilidade pelos ataques aéreos à Otan, cuja equipe militar já tem prontos os planos operacionais necessários.
O general canadense Charles Bouchard deverá assumir o comando das operações. Ele vai se reportar ao almirante norte-americano, Samuel Locklear. A Otan possui experiência significativa em operações como essa. Os aviões da aliança implementaram com sucesso uma zona de exclusão aérea no início dos anos 1990 na Bósnia e bombardearam forças sérvias no Kosovo em 1999 em uma tentativa de encerrar os ataques a civis albaneses no país. As informações são da Associated Press.
EUA reduz ações
Os Estados Unidos vão reduzir o seu papel militar na zona de exclusão aérea na Líbia por volta da próxima semana, enquanto outras nações começam a se concentrar em como tirar Muamar Kadafi do poder, disseram neste domingo importantes autoridades norte-americanas.
Em entrevistas a canais de TV, os secretários de Estado Hillary Clinton e de Defesa dos EUA Robert Gates levantaram a possibilidade de que o regime de Kadafi possa desmoronar e disseram em uma conferência em Londres na terça-feira que vão discutir estratégias políticas para acabar com um governo que há 41 anos comanda uma das nações exportadoras de petróleo da África.
Rebeldes líbios têm se dirigido ao oeste do país para recuperar territórios abandonados pelas forças em retirada de Kadafi, que têm sido enfraquecidas por ataques aéreos ocidentais e, de acordo com o secretário de Defesa norte-americano, Robert Gates, são em grande parte incapazes de reagir.
Ocupação de Ras Lanuf
Rebeldes líbios avançaram para o oeste neste domingo, recapturando mais território abandonado pelas forças de Muamar Kadafi, enfraquecidas pelos ataques aéreos ocidentais e em retirada.
Animados pela captura da cidade estratégica de Ajdabiyah, no sábado, com a ajuda dos aviões de guerra estrangeiros, os rebeldes avançaram sem ser enfrentados até Ras Lanuf, disse um combatente rebelde à Reuters na estrada que leva à cidade, sede de um terminal petrolífero.
A rapidez do avanço rebelde sugere que as forças de Kadafi estejam batendo em retirada acelerada depois de perderem Ajdabiyah, que tinha sido uma entrada importante para as tropas do governo, mais bem armadas, no leste do país, sob domínio dos rebeldes.
Em Brega, cidade petrolífera a oeste de Ajdabiyah, combatentes rebeldes distribuíam água de caminhões para os moradores ou vasculhavam destroços de caixas de munições e partes de tanques abandonados pelas forças de Gaddafi. Havia longas filas nos postos de combustíveis.
Um homem que disse trabalhar para a companhia de petróleo Sirte, estatal, mas negou-se a dar seu nome, disse que tropas de Gaddafi tinham passado pela cidade sem parar e que não houve combates.
Cidade natal de Kadafi atacada
Testemunhas em Sirte, cidade natal do líder líbio Muamar Kadafi, e na capital Trípoli disseram ter ouvido ao menos 10 explosões na noite de domingo.
Um repórter da Reuters em Sirte, entre o reduto rebelde de Benghazi e Trípoli, disse que não estava claro se as quatro explosões ocorreram na cidade ou nos arredores.
O repórter, que faz parte de um grupo de jornalistas ocidentais levados a Sirte pelo governo, havia informado anteriormente que um comboio de 20 veículos militares, incluindo um caminhão de combate a armas aéreas teria saído de Sirte em direção ao oeste de Trípoli.
Inversão de posições
O avanço dos rebeldes representa uma inversão rápida de posições, após duas semanas de derrotas dos rebeldes, e indica que os ataques aéreos ocidentais estão mudando a dinâmica do campo de batalha em favor dos rebeldes.
Enquanto a linha de frente se deslocava em direção à região que representa a base de apoio de Kadafi, forças do governo atacaram Misrata, no oeste, com artilharia, tanques e morteiros no sábado. Testemunhas disseram que o ataque foi suspenso depois de aviões da coalizão terem surgido no céu.
Um morador de Misrata disse à Reuters pelo telefone que a situação humanitária na cidade está muito ruim, mas que os rebeldes disseram que vão lutar até a cidade ser libertada de Gaddafi.
Um porta-voz do governo líbio, Mussa Ibrahim, disse a jornalistas na capital, Trípoli, que Gaddafi está dirigindo suas forças, mas pareceu sugerir que o líder possa estar se deslocando pelo país, para que seu paradeiro não seja conhecido.
Indagado se Kadafi está em movimento constante, Ibrahim respondeu: "Estamos em tempos de guerra. Em tempos de guerra as pessoas agem de maneira diferente."
Os Estados Unidos e outros países começaram a bombardear a Líbia em 19 de março e impuseram uma zona de exclusão aérea para impedir que as forças de Kadafi atacassem rebeldes e civis no leste do país. A Líbia é o mais recente país árabe a registrar levantes contra um regime autoritário.
Como a PF costurou diferentes tramas para indiciar Bolsonaro
Cid confirma que Bolsonaro sabia do plano de golpe de Estado, diz advogado
Problemas para Alexandre de Moraes na operação contra Bolsonaro e militares; assista ao Sem Rodeios
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
Deixe sua opinião