Jens Stoltenberg, chefe da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), afirmou nesta quarta-feira (24) que a entrada da Ucrânia na aliança em meio à resistência do país contra a invasão russa não está nos planos dos países membros neste momento.
De acordo com a Reuters, em um evento organizado pelo German Marshall Fund em Bruxelas, Stoltenberg afirmou que “[a Ucrânia] se tornar um membro em meio a uma guerra não está na agenda".
Apesar da fala, Stoltenberg reiterou o apoio político e prático da OTAN à soberania e integridade territorial da Ucrânia. Ele reconheceu que existem diferenças entre os membros da OTAN sobre como abordar as ambições de adesão de Kiev. "Existem diferentes pontos de vista na aliança e, claro, a única maneira de tomar decisões na OTAN é por consenso. Há consultas em andamento agora", disse.
Em setembro do ano passado, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou um pedido de adesão rápida à OTAN depois que o presidente russo, Vladimir Putin, proclamou quatro regiões parcialmente ocupadas da Ucrânia como terras russas anexadas. Na época, aliados da OTAN não concordaram com o pedido de Zelensky, temendo que tal medida pudesse escalar ainda mais o confronto.
Kiev e alguns aliados mais próximos na Europa Oriental têm pressionado para que a OTAN pelo menos tome medidas concretas para aproximar a Ucrânia da adesão na cúpula da aliança que vai ocorrer em Vilnius, na Lituânia, em julho.
"É hora de a aliança parar de dar desculpas e iniciar o processo que levará à eventual adesão da Ucrânia", escreveu o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, em um artigo para a revista Foreign Affairs em abril.
Sobre o tema, Stoltenberg afirmou que "ninguém é capaz de dizer exatamente qual será a decisão final da cúpula de Vilnius sobre esta questão".