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Leste europeu

Otan diz que uso de míssil experimental russo não vai dissuadir apoio à Ucrânia

OTAN acusa Moscou e Pyongyang de "expandir perigosamente" guerra na Ucrânia
O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, é um forte defensor do apoio à Ucrânia (Foto: EFE/EPA/TOLGA AKMEN)

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A Otan afirmou nesta sexta-feira (22) que o lançamento de um primeiro míssil balístico experimental de alcance intermediário por parte da Rússia em direção à Ucrânia não vai dissuadir os aliados no empenho de continuar apoiando Kiev.

“O lançamento não mudará o curso do conflito nem impedirá os aliados da Otan de apoiar a Ucrânia”, disse à Agência EFE a porta-voz da Aliança, Farah Dakhlallah.

A porta-voz afirmou que a Rússia lançou “um míssil balístico experimental de alcance intermediário contra a Ucrânia” nesta quinta-feira (21), o que, segundo ela, foi “mais um exemplo dos ataques da Rússia às cidades ucranianas”.

“A Rússia tem como objetivo aterrorizar a população civil da Ucrânia e intimidar aqueles que apoiam o país em sua defesa contra a agressão ilegal e não provocada da Rússia”, disse.

O ditador russo, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira o ataque da Rússia à Ucrânia com um míssil balístico hipersônico não nuclear e disse que Moscou se reserva o direito de usar seu arsenal contra instalações militares em países que permitem que Kiev use seus mísseis para atacar o território russo.

Trata-se de um míssil de médio alcance Oreshnik, lançado contra uma instalação do complexo militar-industrial da Ucrânia, disse Putin em uma mensagem à nação transmitida pela televisão estatal.

A força aérea ucraniana havia relatado inicialmente um ataque na região de Dnipro com um míssil balístico intercontinental russo, o que não foi confirmado pela Rússia nem pelos EUA.

Putin afirmou que a Rússia usou essa arma em resposta ao uso pela Ucrânia de armas de longo alcance dos EUA e do Reino Unido contra alvos em território russo como parte de sua estratégia para se defender.

Concretamente, os mísseis de longo alcance ATACMS, dos EUA, e Storm Shadow, do Reino Unido, foram direcionados contra a infraestrutura militar nas regiões fronteiriças de Bryansk e Kursk.

Putin, que nesta semana aprovou a nova doutrina nuclear da Rússia - que permite respostas com armas atômicas a ataques com armas convencionais - advertiu que o uso de armas ocidentais de longo alcance contra o território russo significaria que a Otan está envolvida em combate com a Rússia.

Rússia demostrou sua capacidade de resposta ao Ocidente, diz Kremlin

O Kremlin afirmou nesta sexta-feira que, com o lançamento de um míssil balístico hipersônico no dia anterior, a Rússia demonstrou claramente sua capacidade de responder ao uso de armas ocidentais de longo alcance contra seu território.

“O lado russo demonstrou claramente sua capacidade”, disse o porta-voz da presidência, Dmitry Peskov, em sua entrevista coletiva diária.

Peskov acrescentou que as ações “sem sentido” do Ocidente ao fornecer armas a Kiev e participar desses ataques ucranianos com mísseis americanos e britânicos contra as regiões fronteiriças de Bryansk e Kursk “não podem ficar sem contestação por parte da Rússia”.

O porta-voz também alertou que, em sua mensagem à nação no dia anterior, Putin também havia delineado com precisão “os contornos das respostas futuras”, caso as preocupações russas “não fossem levadas em consideração”.

Ele admitiu que Moscou gostaria que Washington tivesse ouvido quando Putin disse em setembro que o uso de mísseis de longo alcance contra a Rússia significaria que a Otan e os EUA “estão em guerra com a Rússia”. No entanto, afirmou que o discurso televisionado de Putin foi “tão completo” que não deixou dúvidas sobre a posição da Rússia sobre o assunto e expressou confiança de que os EUA receberiam a mensagem.

Segundo Peskov, como não se tratava de um míssil intercontinental, a Rússia não era obrigada a informar o lançamento, embora os EUA tenham sido automaticamente notificados pelo Centro de Redução de Riscos Nucleares.

Conteúdo editado por: Isabella de Paula

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