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O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, afirmou nesta quarta-feira (14) que espera que 18 dos 31 países-membros da aliança militar atribuam 2% de seu PIB ao investimento em defesa ainda neste ano, destacando que pela primeira vez os aliados europeus gastarão, em conjunto, 2% de seu produto interno bruto combinado nas forças armadas.
“Este ano espero que 18 aliados gastem 2% de seu PIB na Defesa. Esse é um valor recorde”, disse o norueguês durante entrevista coletiva antes da reunião dos ministros da defesa da organização, que será realizada nesta quinta-feira (15), em Bruxelas.
Stoltenberg destacou o aumento que esse número representa em comparação com 2014, quando os aliados em uma cúpula de líderes no País de Gales (Reino Unido) concordaram em trabalhar para alocar 2% de seu produto interno bruto nacional para a segurança em 2024. Há dez anos, apenas três membros da OTAN gastaram 2% de seu PIB na defesa.
"Em 2024, os aliados da aliança na Europa gastarão um total combinado de US$ 380 bilhões (R$ 1,8 trilhão) na Defesa. Pela primeira vez, isto equivale a 2% de seu PIB combinado. Portanto, estamos fazendo progressos reais. Os aliados europeus estão gastando mais", afirmou.
No entanto, reconheceu que “alguns aliados ainda têm um caminho a percorrer”, uma vez que na cúpula de líderes da organização, realizada em Vilnius, no ano passado, foi acordado que todos os países- membros da aliança transatlântica deveriam destinar 2% do PIB à Defesa e que esse valor é "um mínimo".
A Espanha não espera destinar 2% de seu produto interno bruto à defesa até 2029. A previsão é atingir 1,30% do PIB este ano.
Em qualquer caso, Stoltenberg observou que desde 2014, os aliados europeus e o Canadá gastaram mais de US$ 600 bilhões (R$ 2,9 trilhões) adicionais em segurança. “No ano passado houve um aumento sem precedentes de 11% entre os aliados europeus e Canadá”, comentou o ex-primeiro-ministro norueguês.
Stoltenberg afirmou também que as críticas nos Estados Unidos não são principalmente sobre a OTAN, mas sim sobre os membros da organização não gastarem "o suficiente" na aliança militar.
"Esse é um argumento válido. É uma mensagem transmitida por sucessivas administrações americanas: que os aliados europeus e Canadá têm de gastar mais porque não vimos uma partilha justa dos encargos na Aliança. A boa notícia é que é exatamente isso que os aliados da Otan estão fazendo", disse, em referência ao aumento dos gastos em defesa e aos 18 países que atingirão 2% do PIB em 2024.