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Revolta árabe

Otan manterá ataques na Líbia e potências vão liberar US$ 15 bi

Retrato de Kadafi em parede de prédio no centro de Trípoli vira alvo de tiros | Youssef Boudlal/Reuters
Retrato de Kadafi em parede de prédio no centro de Trípoli vira alvo de tiros (Foto: Youssef Boudlal/Reuters)
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A Otan continuará suas operações na Líbia pelo tempo que for necessário até que o ex-ditador Muamar Kadafi e seus aliados deixem de representar uma ameaça. A decisão foi anunciada ontem pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, após conferência internacional que reuniu 63 "amigos da Líbia", em Paris. O Brasil foi um dos participantes.

A ideia é que a aliança militar ocidental continue atuando com base na Resolução 1973, do Con­­se­­lho de Segurança da ONU. Apro­­­­va­­do em março, o texto permite à alian­­ça o uso de "todas as medidas necessárias" para a proteção de ci­­vis. Na prática, os bombardeios resultaram também na queda de Kadafi, o que é criticado por al­­guns estudiosos de direito internacional. Para eles, a autorização dada pela ONU foi extrapolada.

"A guerra ainda não acabou. Ainda há confrontos. Por isso a Otan está pronta para continuar nossas operações o quanto for ne­­cessário", disse o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Ras­­mussen.

Caberá à ONU, por sua vez, um papel central na coordenação, junto com a liderança do Conse­­lho Nacional Transitório (que re­­presenta os rebeldes), do processo de transição a uma democracia e da reconstrução do país.

Uma missão civil do organismo deve ser enviada à Líbia "o mais cedo possível" para trabalhar em temas que vão de polícia a justiça.

Instituições

Após mais de 40 anos sob ditadura, o país tem de construir praticamente do zero instituições, partidos políticos, organizar eleições e escrever uma Consti­­tuição.

Os países reunidos também decidiram, por unanimidade, li­­berar os fundos do antigo regime que haviam sido congelados por resolução da ONU – com liberação imediata de US$ 15 bilhões dos US$ 100 bilhões bloqueados.

"Estamos comprometidos a desbloquear fundos da Líbia do passado para financiar o desenvolvimento da Líbia do futuro", afirmou Sarkozy.

Esse dinheiro vem sem condicionantes para o governo transitório líbio, que pediu, no entanto, a assessoria de especialistas sobre como melhor gastá-lo.

A prioridade é a situação humanitária do país após meses de conflito, como o restabelecimento do suprimento de água e de eletricidade. Em contrapartida, o "grupo de amigos" pediu do CNT que se comprometa com a reconciliação nacional.

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