Kadafi declara Sirte capital do país
Em uma nova mensagem de áudio transmitida na tevê, o ditador líbio, Muamar Kadafi, voltou a atacar os rebeldes e pedir que seus partidários resistam, além de declarar Sirte sua cidade natal e último foco de resistência do regime a nova capital do país.
Kadafi, que está foragido, disse que existem divergências entre os rebeldes e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em áudio transmitido na televisão por satélite Arrai, com sede na Síria.
"Mesmo que não ouçam minha voz, continuem com a resistência", declarou Kadafi. "Existem divergências entre a aliança da agressão [Otan] e seus agentes [os rebeldes]", enfatizou. "Vamos lutar em todas as ruas, em todas as vilas, em todas as cidades", disse. "Isso vai acabar um dia. E vamos sair vitoriosos. Eles não têm força para continuar lutando."
"Será uma longa batalha. Lutaremos de local em local, cidade em cidade, vale em vale, montanha em montanha. Se a Líbia pegar fogo, quem irá governá-la?", questionou o ditador.
Kadafi disse ainda que os rebeldes não conseguirão explorar o petróleo do país.
Diplomacia
Brasil reluta em reconhecer os rebeldes
O Itamaraty defendeu ontem que o futuro da Líbia após a queda do regime de Muamar Kadafi "deve ser definido pelos próprios líbios".
Por meio de nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou ainda que caberá ao comitê de Credenciais da ONU definir quem assumirá a representação do país nas Nações Unidas. Mais cedo, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, defendeu que o Conselho Nacional de Transição (CNT, órgão político dos rebeldes) assuma o assento do país no órgão.
"O Brasil entende que um objetivo central dos países amigos da Líbia deve ser encorajar, no espírito do Mapa do Caminho da União Africana, um processo democrático de transição que transcorra com segurança e pleno respeito aos direitos humanos e aos interesses dos diferentes segmentos da sociedade líbia, preservando-se a unidade nacional", afirma trecho da nota do Itamaraty.
O texto pede também a deposição de armas de rebeldes e defensores do regime de Kadafi.
Folhapress
A Otan continuará suas operações na Líbia pelo tempo que for necessário até que o ex-ditador Muamar Kadafi e seus aliados deixem de representar uma ameaça. A decisão foi anunciada ontem pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, após conferência internacional que reuniu 63 "amigos da Líbia", em Paris. O Brasil foi um dos participantes.
A ideia é que a aliança militar ocidental continue atuando com base na Resolução 1973, do Conselho de Segurança da ONU. Aprovado em março, o texto permite à aliança o uso de "todas as medidas necessárias" para a proteção de civis. Na prática, os bombardeios resultaram também na queda de Kadafi, o que é criticado por alguns estudiosos de direito internacional. Para eles, a autorização dada pela ONU foi extrapolada.
"A guerra ainda não acabou. Ainda há confrontos. Por isso a Otan está pronta para continuar nossas operações o quanto for necessário", disse o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen.
Caberá à ONU, por sua vez, um papel central na coordenação, junto com a liderança do Conselho Nacional Transitório (que representa os rebeldes), do processo de transição a uma democracia e da reconstrução do país.
Uma missão civil do organismo deve ser enviada à Líbia "o mais cedo possível" para trabalhar em temas que vão de polícia a justiça.
Instituições
Após mais de 40 anos sob ditadura, o país tem de construir praticamente do zero instituições, partidos políticos, organizar eleições e escrever uma Constituição.
Os países reunidos também decidiram, por unanimidade, liberar os fundos do antigo regime que haviam sido congelados por resolução da ONU com liberação imediata de US$ 15 bilhões dos US$ 100 bilhões bloqueados.
"Estamos comprometidos a desbloquear fundos da Líbia do passado para financiar o desenvolvimento da Líbia do futuro", afirmou Sarkozy.
Esse dinheiro vem sem condicionantes para o governo transitório líbio, que pediu, no entanto, a assessoria de especialistas sobre como melhor gastá-lo.
A prioridade é a situação humanitária do país após meses de conflito, como o restabelecimento do suprimento de água e de eletricidade. Em contrapartida, o "grupo de amigos" pediu do CNT que se comprometa com a reconciliação nacional.
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