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O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, pediu à Rússia nesta sexta-feira (7) que não lance nenhum ataque a partir de ou contra a usina nuclear ucraniana de Zaporizhzhia e que retire suas tropas da área.
"A mensagem da OTAN e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) é que a Rússia não deve lançar ataques a partir da usina, não deve atacar a usina e deve retirar suas forças", disse o político norueguês durante entrevista coletiva prévia à cúpula dos líderes da Aliança Atlântica, que acontecerá em Vilnius, capital da Lituânia, na próxima semana.
Stoltenberg acrescentou que isso permitiria aos especialistas da AIEA "fazer seu trabalho da melhor forma".
"Eles tiveram acesso e fizeram algumas análises e avaliações. Eles disseram que não viram nenhuma indicação visível de minas ou explosivos neste momento, mas também pediram acesso adicional para verificar a segurança da usina", destacou.
Nesse sentido, insistiu para que a Rússia retirasse suas tropas da usina nuclear e permitisse que especialistas ucranianos e internacionais tivessem acesso total às instalações.
Além disso, ressaltou que a Otan continua monitorando o que está acontecendo na central de Zaporizhzhia.
A AIEA está "alcançando progressos" no acesso às instalações da central nuclear de Zaporizhzhia, segundo destacou hoje o diretor-geral da agência, Rafael Grossi, acrescentando que "levará tempo" concluir a avaliação de segurança da usina.
Em uma coletiva de imprensa realizada hoje em Tóquio, Grossi detalhou ainda que estava confiante em obter autorização das tropas russas para poder fiscalizar os telhados da central.
O diretor-geral da AIEA ressaltou que, apesar de nos últimos dias haver "preocupação de que possa ocorrer um incidente" nas instalações nucleares controladas pelas tropas russas, até o momento "não foi detectada nenhuma indicação de explosões ou presença de minas ou outros explosivos ” nas áreas onde tiveram acesso.
Grossi alertou, porém, que a avaliação completa da situação de segurança em Zaporizhzhia vai demorar por se tratar de "uma zona ativa" de guerra, ainda mais depois de Rússia e Ucrânia terem se acusado nos últimos dias de traçar planos de sabotar esta infraestrutura energética para obter vantagem militar.