O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, pediu nesta quarta-feira (17) aos países da aliança que deem prioridade ao envio de armas para a Ucrânia se defender da Rússia, em detrimento da necessidade de cumprir os objetivos de reserva para autodefesa.
“Se os aliados tiverem de escolher entre cumprir os objetivos de capacidade da OTAN e fornecer mais ajuda à Ucrânia, a minha mensagem é clara: envie mais para a Ucrânia”, destacou Stoltenberg durante uma entrevista coletiva após reunião com líderes da Holanda, Dinamarca e República Tcheca.
Stoltenberg confirmou também que na próxima sexta (19) acontecerá por videoconferência a reunião do Conselho OTAN-Ucrânia que havia solicitado o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, com ministros da Defesa da aliança para “abordar as necessidades mais urgentes de apoio à Ucrânia” e, em particular, defesa aérea e munições de artilharia.
O político norueguês deixou claro que, como secretário-geral da OTAN, é “importante que todos os aliados alcancem e cumpram os objetivos de capacidade”.
“Mas percebi que, ao menos a curto prazo, pode haver um conflito entre cumprir todos os objetivos e fornecer o que a Ucrânia precisa agora, e foi por isso que deixei claro que se a única forma de apoiar a Ucrânia é ficar aquém dos objetivos de capacidade da OTAN, então é esse o caminho a seguir”, destacou.
Ele disse que esta é uma decisão que os aliados têm de tomar a nível nacional, uma vez que tem de haver “um equilíbrio entre o aumento dos riscos que terão de enfrentar na sua própria defesa nacional”.
“Mas a realidade é que apoiar a Ucrânia e ajudá-la a destruir as capacidades de combate russas também melhora a nossa segurança e, por isso, afirmei claramente que, se isso for necessário, então poderemos ir abaixo dos objetivos de capacidade da OTAN”, acrescentou.
Stoltenberg se reuniu hoje em Bruxelas com os primeiros-ministros da República Tcheca, Petr Fiala, da Dinamarca, Mette Frederiksen, e da Holanda, Mark Rutte, para falar sobre como fornecer mais sistemas de defesa aérea à Ucrânia, “porque a situação no campo de batalha continua muito difícil”.
Ele destacou que a Dinamarca anunciou um novo e importante pacote de ajuda, a Holanda acaba de confirmar mais 4 bilhões de euros em ajuda militar adicional para Kiev e a República Tcheca continua encabeçando uma iniciativa que está angariando centenas de milhões de euros para enviar mais projéteis de artilharia para a Ucrânia.