A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) vai mais do que dobrar o tamanho de sua Força de Reação em resposta às ações da Rússia na Ucrânia e ao desafio representado pelo extremismo islâmico, informou nesta quinta-feira o secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg.
Falando a jornalistas, antes da abertura da reunião de ministros da Defesa dos países integrantes da organização, Stoltenberg disse que a expectativa é que haja um acordo para elevar a força de 13 mil para 30 mil homens.
Segundo ele, o secretário de Defesa norte-americano Chuck Hagel e outros participantes também devem aprovar detalhes para o estabelecimento de uma nova força conjunta ultrarrápida de cerca de 5 mil soldados. Além disso, os ministros devem dar o sinal verde nesta quinta-feira a uma proposta para a criação de centros de ligação de comando e controle da OTAN nas três repúblicas do Báltico (Lituânia, Letônia e Estônia) e na Polônia Romênia e Bulgária, todos integrantes da Otan que afirmam sentirem-se especialmente vulneráveis a medidas agressivas de Moscou.
"Nossas decisões deixam claro que a Otan está determinada a defender todos os aliados contra qualquer ameaça, vinda de qualquer direção", declarou Stoltenberg. Perguntado se a mais recentes decisão da aliança liderada pelos Estados Unidos pode fomentar uma intensificação de um conflito com o Kremlin, parecido com a Guerra Fria, a principal autoridade civil da Otan disse que as medidas são puramente defensivas e estão sendo adotadas apenas por causa das ações russas.
"Na Ucrânia, a violência está piorando e a crise se aprofundando", disse Stoltenberg. "A Rússia continua a desrespeitar as regras internacionais e a apoiar os separatistas com armas avançadas, treinamento e forças".
A Rússia nega veementemente as acusações de envolvimento no conflito ucraniano. O Kremlin reconhece que voluntários russos estão lutando no leste ucraniano, mas afirma que Moscou não enviou tropas ou armas para ajudar os rebeldes.
A Rússia expressou preocupação com o aumento das forças militares da Otan no leste europeu, enquanto defende uma forte presença militar em sua fronteira com a Ucrânia.
No sábado, Stoltenberg deve realizar sua primeira reunião com secretário-geral da Otan com o ministro de Relações russo, Sergey Lavrov. O encontro acontece em Munique.
Perguntado pela Associated Press o que dirá a Lavrov, Stoltenberg disse que "o mais importante para a Otan, obviamente é destacar que a Rússia é responsável por violar a lei internacional, por violar a soberania, a integridade territorial da Ucrânia, ao anexar a Crimeia, desestabilizando o leste da Ucrânia".
"Estamos pedindo à Rússia que pare de dar apoio aos separatistas respeite o acordo de Minsk e use toda sua influência sobre os rebeldes para fazê-los respeitar o cessar-fogo", afirmou Stoltenberg.
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