Um negociador palestino disse neste domingo (17) que seu lado está "menos otimista" sobre as conversas indiretas com Israel sobre a guerra na Faixa de Gaza enquanto o prazo final para um cessar-fogo temporário se aproxima. O time palestino se reorganizou no Cairo no domingo depois que membros voltaram para consultas no Catar, Líbano e outras regiões do Oriente Médio.
O grupo israelense também voltou neste domingo para concluir as conversas mediadas pelos egípcios. Um cessar-fogo de cinco dias está em andamento e se encerra na segunda-feira (18).
As negociações entre os dois lados vem ocorrendo desde o começo da semana passada. Elas tentam encerrar a mais recente guerra entre Israel e os militantes islâmicos liderados pelo Hamas na Faixa de Gaza e melhorar as condições para as 1,8 milhão de pessoas que vivem na região. Israel quer a garantia do fim de ataques de foguetes e ataques a civis.
Cerca de 2 mil palestinos já foram mortos, a maioria civis, e mais de 10 mil pessoas foram feridas desde que a guerra começou em 8 de julho, de acordo com números da Organização das Nações Unidas (ONU). Em Israel, 67 pessoas morreram, sendo que apenas três não eram soldados.
Um membro da delegação palestina disse no domingo (17) que as diferenças entre os dois lados ainda eram significativas e que um acordo antes do fim do cessar-fogo estava longe de ser algo certo. "Estamos menos otimistas do que antes", declarou.
O negociador disse ainda que um ponto chave permanece sendo a insistência do Hamas de pedir o fim do bloqueio a Gaza antes que as conversas continuem. Ele falou sobre a condição de anonimato porque não estava autorizado a discutir o assunto com jornalistas.
Nos termos do acordo proposto pelos egípcios, Israel e a Autoridade Palestina, baseada na Cisjordânia, iriam negociar o fim do bloqueio em algum momento no futuro. O bloqueio restringe a chegada de mercadorias em Gaza e virtualmente bloqueia todas as exportações, assim como um movimento limitado para dentro e fora do território.
Israel diz que o fechamento é necessário para prevenir o contrabando de armas e oficiais estão relutantes em fazer concessões que possam permitir ao Hamas declarar vitória.
Falando a reunião de gabinete semanal de Israel, o primeiro ministro Benjamin Netanyahu disse que o Hamas já sofreu um grande revés na guerra e que isso iria se refletir nas negociações no Cairo. "Se o Hamas pensa que sua derrota no campo de batalha será encoberta por uma vitória na mesa de negociações, está enganado", disse.
O Hamas se recuperou de rodadas prévias de violência contra Israel, incluindo uma operação aérea e em terra em janeiro de 2009 e outra ofensiva aérea de mais de uma semana em 2012. Ele ainda tem um arsenal de centenas de foguetes, alguns com longo alcance e cargas relativamente pesadas.
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