Desaparecida desde maio, a menina Madeleine McCann foi morta por uma overdose de pílulas para dormir, segundo reportagem reproduzida nesta sexta-feira pelo jornal britânico "Daily Mail". Um relatório com análise dos fluídos corporais encontrados no carro alugado pelos pais da menina depois de seu desaparecimento prova que ela "ingeriu medicamentos, sem dúvida pílulas para dormir, em grande quantidade", afirma o diário. O documento já estaria em posse de promotores portugueses, que receberam esta semana o inquérito policial em que Kate e Gerry McCann são apontados como suspeitos.
Especialistas britânicos consultados pelo jornal desconfiaram do conteúdo da reportagem, alegando que as amostras recolhidas no carro corresponderam apenas em parte ao DNA de Madeleine e que os vestígios não são suficientes para determinar a presença de drogas. Ainda assim, a notícia - originalmente veiculada pelo jornal francês "France Soir", em reportagem do do conceituado jornalista Guilhem Battut - reforça a suspeita da polícia portuguesa de que a menina britânica de 4 anos teria sido morta acidentalmente pelos pais. Kate e Gerry negam seu envolvimento. Segundo o jornal britânico "Sun", o pai disse que as suspeitas são "ridículas"
- No que se refere à nós, não há prova nenhuma que indique que Madeleine está morta. Estamos totalmente unidos nisso. Não há a mínima suspeita entre nós - afirmou Gerry.
Pouco depois de o casal ser declarado suspeito, a irmã de Gerry chegou a denunciar que a polícia portuguesa teria pressionado Kate a aceitar um acordo e confessar o crime. Agora, de acordo com o jornal português "Diário de Notícias", asbuscas por Madeleine estariam se concentrando nos arredores da igreja Nossa Senhora da Luz, no Algarve, onde poderia ter sido enterrado o corpo da menina. Agentes teriam descoberto a existência de valas abertas no início de maio, época em que a criança sumiu.Diário em que mãe chama filhos de "histéricos" deve ser apreendido
A polícia deve apreender o computador pessoal de Gerry, para analisar seus e-mails; os brinquedos de Madeleine; e o diário de Kate, em que ela queixava-se freqüentemente dos filhos, segundo revelou na quinta-feira o jornal português "Correio da Manhã".
No diário, encontrado pela Polícia Judiciária (PJ) na casa alugada pelos McCann em Portugal, Kate dizia que os filhos eram "histéricos" e descrevia Madeleine como uma criança com excesso de atividade, que lhe consumia as forças, afirma o jornal. Ela revelaria detalhes do dia 3 de maio, descrevendo as horas anteriores ao desaparecimento de Maddie, sem confessar qualquer crime.
A polícia pode voltar a interrogar os McCann e os amigos com quem jantavam quando Madeleine desapareceu, no dia 3 de maio, enquanto dormia num quarto de hotel na Praia da Luz, em Portugal.
Na quinta-feira, o serviço social britânico fez uma visita à residência do casal McCann para discutir detalhes do caso e para tomar uma decisão sobre a custódia dos filhos mais novos do casal, Sean e Amelie, informou o "El Pais". A visita já era prevista, já que na Grã-Bretanha o serviço social é obrigado a avaliar o bem estar dos menores quando seus pais são suspeitos de algum crime.
O encontro abre a possibilidade dos McCanns perderem a tutela de seus filhos se houver evidências de que as crianças estão em perigo. Diversos assistentes sociais se reuniram segunda-feira com a polícia britânica para estudar a situação dos gêmeos.
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