Um grupo de cientistas cubanos apresentou nesta semana ao presidente da ilha, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, os resultados de um ensaio clínico sobre o uso da ozonioterapia via retal para tratar pacientes confirmados com o novo coronavírus.
Segundo a chefe da pesquisa, Sarahi Mendoz Castaño, do Centro Nacional de Investigações Científicas, descobriu-se que “ a associação da ozonioterapia ao tratamento convencional contra a Covid-19 aumentou em 40% o número de pacientes com resultado negativo para o exame PCR, após o quinto dia do tratamento”. Também houve redução, em média, de 3,5 dias do tempo de internação dos pacientes. A ozonioterapia foi apontada como segura, bem tolerada e sem nenhum incidente de biossegurança.
Com os resultados obtidos, segundo o site oficial Cubadebate, a aplicação retal de ozônio deverá ser incorporada como opção de tratamento coadjuvante em pacientes com resultado PCR positivo persistente, dentro do atual protocolo cubano para tratamento da Covid-19.
No Brasil, a técnica de aplicação de ozônio pelo ânus contra o coronavírus ganhou notoriedade, e rendeu polêmica, após o prefeito de Itajaí (SC), Voleni Morastoni, anunciar que a cidade faria um estudo sobre o tratamento alternativo. O Conselho Federal de Medicina (CFM) proíbe seu uso, exceto como terapia experimental, e informe recente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) considera que não há nenhuma evidência científica em favor da ozonioterapia no tratamento da Covid-19.
Um grupo de médicos e políticos defensores da técnica foi recebido no início de agosto pelo ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello. Após a reunião, o Ministério, por meio de nota, afirmou que "o efeito da ozonioterapia em humanos infectados por coronavírus ainda é desconhecido e não deve ser recomendado como prática clínica ou fora do contexto de estudos clínicos".
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