Políciais bloquearam trânsito em rua de Atenas para explodir pacote suspeito, cerca de 300 metros da sede do governo| Foto: Yannis Behrakis/Reuters

Polícia encontra explosivo enviado à chanceler alemã

São Paulo - A polícia desarmou ontem um pacote com explosivos enviado para a chanceler (premiê) da Alemanha, Angela Merkel, horas depois das bombas terem explodido em Atenas, Grécia. Funcionários de segurança alemães disseram que o pacote era diretamente endereçado a Merkel e foi interceptado no setor de correspondências de seu gabinete. O pacote foi entregue por volta das 12h (9h em Brasília) pela empresa americana de transporte UPS. O endereço para devolução era o Ministério da Economia grego.

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Atenas - A polícia grega encontrou on­­tem, em Atenas, cinco pacotes-bomba destinados a embaixadas de Chile, Suíça, Bul­­gária, Rússia e Ale­­ma­­nha. Ho­­mens do esquadrão antibombas da polícia grega conseguiram neu­­tralizar três ar­­tefatos. Os outros dois destinados às re­­presentações diplomáticas suíça e russa explodiram sem cau­­sar ví­­timas.

Policiais também destruíram dois pacotes suspeitos de conter explosivos no aeroporto de Ate­­nas. Os pacotes continham livros preparados especialmente para ocultar explosivos em seu interior.

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De acordo com a imprensa local, os explosivos tinham como destinatários a organização policial Europol na Holanda e a Corte Europeia de Justiça em Luxem­­burgo. As representações estrangeiras haviam sido alertadas na segunda-feira de que deviam se manter vigilantes sobre pacotes recebidos por correio, informou uma fonte diplomática grega. No mesmo dia, a polícia interceptou três pacotes explosivos enviados às embaixadas de México, Ho­­landa e Bélgica, bem como um quarto endereçado ao presidente francês, Nicolas Sarkozy.

Segundo uma fonte policial, todos os pacotes-bomba descobertos esta terça foram enviados na véspera, e a polícia está seguindo a pista de um único grupo.

Segundo Theodoros Papatheo­­dorou, professor de criminologia na Universidade do Peloponeso, estes atos essencialmente simbólicos buscam "chamar a atenção da opinião pública ao nível europeu" e "denunciar a crise" que castiga o continente, especialmente a Grécia.

Entre os quatro pacotes interceptados na segunda-feira, dois foram descobertos em agências de entregas expressas, e outros dois em posse de dois suspeitos detidos imediatamente. Um deles, um estudante de química de 22 anos, era procurado por extremismo anarquista. Os suspeitos, que estavam armados, se apresentaram ontem diante de um promotor, que os denunciou por "pertencer a uma organização terrorista" e por "atos terroristas".

O governo grego condenou "os atos de criminosos que tentam, em vão, semear o terror e perturbar a paz pública".

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Os incidentes se inserem em um contexto social tenso na Gré­­cia, a poucos dias de eleições lo­­cais decisivas para o governo so­­cialista, que está aplicando um um impopular programa de austeridade fiscal para reduzir o elevado déficit do país, em troca de ajuda financeira da zona do euro e do FMI.

Na segunda-feira, o primeiro-ministro socialista, Giorgos Pa­­pan­­dreou, ameaçou convocar eleições legislativas antecipadas se o resultado das eleições locais lhe for desfavoráveis.