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Um padre da Igreja Católica, culto majoritário da Argentina, foi denunciado por fazer comentários antissemitas durante uma missa na cidade de Concórdia, 450 km ao norte de Buenos Aires, anunciaram as autoridades do distrito.

O secretário dos Direitos Humanos de Concórdia, Rubén Bonelli, disse que durante um sermão o sacerdote Oscar Bell afirmou que os "judeus são tão mentirosos que têm a alma podre até os ossos", ao citar a denúncia de uma moradora da cidade que participou da cerimônia religiosa.

"O sacerdote, em sua dupla condição de religoso e pastor, incorreu em atitudes que contrariam o interesse público e a tutela dos direitos humanos, ao discriminar por razões raciais ou culturais", disse a acusadora, Rita Acrusín, de origem judaica, que participou da missa para acompanhar uma amiga. Em Concordia - a segunda maior cidade da província de Entre Ríos e onde há uma grande comunidade judaica - apareceram nas últimas semanas pichações antissemitas e de suásticas nos muros dessa cidade de 150.000 habitantes.

Uma recente pesquisa sobre antissemitismo na Argentina mostrou que 30% dos argentinos rejeitam viver em um bairro com grande presença de judeus e para 23% eles são responsáveis pela morte de Jesus Cristo. A pesquisa ouviu 1.150 pessoas.

A Argentina abriga a maior comunidade judaica da América Latina, formada por 300.000 pessoas.

O país foi cenário de um atentado contra a embaixada de Israel em 1992 que deixou 29 mortos e 200 feridos e dois anos depois um ataque terrorista destruiu a associação judaica AMIA, deixando um saldo de 85 mortos e cerca de 300 feridos.

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