Outros julgados

Julio Simón – Ex-policial federal, também conhecido como "Turco Julián’’. Seu caso foi o que levou a Suprema Corte a analisar e revogar as leis de perdão. Acusado de tortura, seqüestro e ocultação de menores, foi condenado a 25 anos de prisão.

Miguel Etchecolatz – Ex-chefe da Polícia de Buenos Aires, foi condenado à prisão perpétua sob a acusação de genocídio. Durante seu julgamento, em setembro de 2006, desapareceu Júlio López, seqüestrado em 1976 por Etchecolatz e testemunha-chave no processo. López ainda não reapareceu até hoje.

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Buenos Aires – Vestindo uma batina e um colete à prova de balas, o padre Christian Federico von Wernich, 69 anos, tornou-se ontem o primeiro membro da Igreja Católica a ser condenado por crimes cometidos durante a última ditadura militar na Argentina (1976-1983).

O Tribunal Oral de La Plata considerou Von Wernich culpado, no papel de co-autor, de 42 seqüestros, 32 casos de tortura e sete homicídios – crimes contra a humanidade e genocídio – e o condenou à prisão perpétua. O julgamento foi o terceiro realizado após a reabertura, em 2005, dos processos contra membros do regime militar na Argentina. Todos acabaram em condenação dos réus.

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O veredicto foi atrasado em cerca de uma hora por uma ameaça de bomba que chegou a forçar a desocupação do prédio mas depois se revelou falsa. Centenas de pessoas se juntaram, sob chuva, às portas do tribunal com cartazes pedindo justiça. O público comemorou, inclusive com fogos de artifício, quando o juiz Carlos Rosansky anunciou que os crimes cometidos por Von Wernich configuravam genocídio.

Durante a ditadura, Von Wernich atuou como capelão da Polícia de Buenos Aires. Seu julgamento foi motivado por investigações da Comissão Nacional de Pessoas Desaparecidas, que indicou que o padre fazia uso do seu papel de confessor para extrair segredos dos torturados nas instalações de detenção ilegal da ditadura.