O pai de uma jornalista da Virgínia (EUA) que foi baleada e morta ao vivo disse, nesta quinta-feira, que vai se tornar um ativista em prol do controle de armas, mas analistas afirmam haver pouca probabilidade de que alguma legislação em nível federal seja aprovada em breve, apesar das mudanças promovidas em alguns Estados norte-americanos.
Dois jornalistas, a repórter Alison Parker e o cinegrafista Adam Ward, ambos da TV WDBJ7, uma afiliada da rede CBS em Roanoke, foram alvejados durante uma entrevista ao vivo, na quarta-feira, por um ex-funcionário da emissora insatisfeito. Ele depois se matou. A mulher que era entrevistada ficou ferida e está internada.
O pai de Alison, Andy Parker, pediu aos parlamentares estaduais e federais que tomem uma atitude a favor de um maior controle de armas, especialmente para manter armas de fogo longe das mãos de pessoas mentalmente instáveis.
“Não vou descansar até eu ver alguma coisa acontecer. Temos que ver nossos congressistas se posicionarem sobre o assunto e deixarem de ser covardes sobre isso”, disse Parker à TV CNN, descrevendo a si mesmo como um apoiador do direito constitucional de possuir e portar armas.
Ele disse que a Associação Nacional de Rifles (NRS, na sigla em inglês), poderosa entidade que defende regras mais brandas para o porte de armas, provavelmente iria argumentar que sua filha e Ward estariam seguros se eles próprios portassem armas. “Não teria feito nenhuma diferença”, disse Parker. “Quantas Alisons vão acontecer antes que interrompamos isso?”
Cerca de 34.000 mortes por arma de fogo foram registradas nos EUA em 2013, sendo quase dois terços suicídios, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças norte-americano.
Sarah Trumble, uma conselheira de políticas públicas para o Third Way, um instituto de pesquisas sediado em Washington, disse que os prospectos de aprovação de um maior controle sobre armas são baixos no Congresso, controlado pelo Partido Republicano, apesar do intenso foco da mídia sobre as mortes na Virgínia.
“Não há um manual do que se fazer aqui”, disse ela, acrescentando que as mudanças seriam mais prováveis em nível estadual do que federal. “Os Estados são realmente onde está a ação.”
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