O pai do "Homem do piano", o jovem cuja identidade, silêncio e talento musical intrigaram o mundo nos quatro meses em que ficou internado num hospital da Inglaterra, saiu em defesa veemente do filho, depois de recebê-lo em casa, na Alemanha, na terça-feira. O fazendeiro alemão se disse aliviado por ter o filho de volta e narrou o drama que a mulher e ele sofreram nesse período - no qual jura não ter visto qualquer notícia sobre o filho.
O jovem - ele se chama Andreas Grassl e tem 20 anos - está na fazenda onde a família mora, no vilarejo de Prosdorf, na Bavária, protegido do assédio da imprensa. Andreas foi achado de terno, ensopado, numa praia do condado de Kent, em abril. Até a sexta-feira passada, não dizia uma palavra, aparentava extrema timidez e se soltava apenas diante de um piano - com o qual, segundo relatos iniciais, revelara grande talento. Foi então que, sem explicação, resolveu começar a falar. O jovem identificou-se, disse que era alemão, homossexual e pensava em suicídio quando a polícia o encontrou. Parte da imprensa britânica passou a dizer que tudo não passara de um golpe e há rumores de que o serviço de saúde pública pretenda processar o rapaz.
Segundo o jornal britânico "Daily Mirror", o jovem apenas disse ao pais:
- Não tenho idéia do que aconteceu comigo. Apenas, de repente, acordei e percebi quem eu era.
O fazendeiro Josef Grassl, de 46 anos, também se diz incapaz de explicar o comportamento do filho, do qual disse não ter notícias por todo esse tempo. Segundo o fazendeiro, a mulher Christina e ele jamais viram as fotos e reportagens publicadas sobre o filho nos jornais, na TV ou na internet. Mas ele rechaçou as acusações de que o Andreas é um vigarista e chegou a perseguir, com um ancinho, uma equipe de TV alemã que tentou entrar em sua propriedade para fazer imagens do rapaz.
"Nunca soube que ele estava na Inglaterra. Eu nunca vi qualquer foto. Passou os últimos 25 anos, todo dia, trabalhando em minha fazenda e não tenho tempo para TV e jornais", relatou o fazendeiro, segundo o jornal "The Times".
Os pais contam que, em maio, reportaram o desaparecimento do filho. Ele havia saído de casa para trabalhar num hospital e não vinha atendendo o telefone celular. O trabalho no hospital era uma alternativa ao serviço militar.
"Honestamente, nós pensamos que ele estava morto e não saber o que acontecera com ele era uma tortura", contou o fazendeiro Josef. "Ia para a cama toda noite e acordava toda manhã pensando se ele estava vivo ou morto. A certa altura, pensei que fosse melhor descobrir que ele estava morto, para que minha mulher e eu deixássemos de sofrer essa tortura."
"Somente na sexta-feira ouvimos falar, através da Embaixada da Alemanha em Londres, que ele estava na Inglaterra", disse o fazendeiro, segundo o jornal "The Times". "No dia seguinte, ele estava num avião para Munique e eu o apanhei e trouxe para casa."
O fazendeiro disse temer pela saúde mental do filho e diz que não pretende pressioná-lo a se explicar.
"Se que ele quiser se explicar, ele vai, mas ele precisa de tempo, não de toda essa atenção. Isso pode ser a pio coisa", disse Josef Grassl. "Ele não explicou exatamente o que aconteceu, apesar de eu saber que ele não é um vigarista e que nada grandioso aconteceu. Minha mulher e eu sabemos que temos que protegê-lo por causa do temor por seu estado mental e sua saúde."
Na cidade, amigos Andreas Grassl contam que ele passava horas em chats na internet, onde usava o apelido Scatman, e escrevia uma coluna para um jornal local, sobre música pop.
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